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Volume 114, Nº 4, Abril 2020

   

DOI: https://doi.org/10.36660/abc.20190736

ARTIGO ORIGINAL

Análise de >100.000 Cirurgias Cardiovasculares Realizadas no Instituto do Coração e a Nova Era com Foco nos Resultados

Omar A.V. Mejia

Luiz Augusto Ferreira Lisboa

Luiz Fernando Caneo

Elisandra Trevisan Arita

Carlos Manuel de Almeida Brandão

Ricardo Ribeiro Dias

Roberto Costa

Marcelo Biscegli Jatene

Pablo Maria Alberto Pomerantzeff

Luís Alberto Oliveira Dallan

Fabio Biscegli Jatene



Figura 1 – Gráfico ano a ano do volume e da mortalidade cirúrgica global em >35 anos do InCor.





Resumo

Fundamento: O desafio atual da cirurgia cardiovascular (CCV) é melhorar resultados em pacientes cada vez mais graves. Nesse sentido, Programas de Melhoria Contínua da Qualidade (PMCQ) tem impactado os resultados.

Objetivo: Avaliar a evolução da incidência e mortalidade das CCV, assim como os resultados atuais do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor).

Métodos: Análise dos resultados das CCV realizadas no InCor entre jan-1984 e jun-2019. Foram observadas as tendências dos volumes cirúrgicos e da mortalidade em 5 períodos 1° (1984-1989), 2° (1990-1999), 3° (2000-2007), 4° (2008-2015) e 5° (2016-2019). O PMCQ foi estabelecido entre 2015-2016. A análise incluiu o total de cirurgias e a evolução dos procedimentos mais frequentes.

Resultados: Foram realizadas 105.599 CCV, com uma média anual de 2.964 procedimentos e mortalidade de 5,63%. Comparando o 4° com o 5° período, o volume global médio de cirurgias foi de 2.943 para 3.139 (p = 0,368), cirurgias de revascularização miocárdica (CRM) de 638 para 597 (p = 0,214), valvas cardíacas de 372 para 465 (p = 0,201) e cardiopatias congênitas de 530 para 615 (p = 0,125). A mortalidade média global passou de 7,8% para 5% (p < 0,0001), nas cirurgias de revascularização miocárdica de 5,8% para 3,1% (p < 0,0001), nas cirurgias valvares de 14% para 7,5% (p < 0,0001) e nas cirurgias de cardiopatias congênitas de 12,1% para 9,6% (p < 0,0001).

Conclusão: Embora haja uma tendência recente ao aumento dos volumes cirúrgicos, houve uma diminuição significativa da mortalidade cirúrgica nos grupos analisados. Após o estabelecimento do PMCQ, as taxas de mortalidade se aproximaram a dos padrões internacionais. (Arq Bras Cardiol. 2020; 114(4):603-612)

Palavras-chave: Procedimentos Cirúrgicos Cardiovasculares/tendências; Melhoria de Qualidade; Segurança do Paciente; Mortalidade Hospitalar; Banco de Dados.