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Volume 114, Nº 3, Março 2020

   

DOI: https://doi.org/10.36660/abc.20180386

ARTIGO ORIGINAL

Segurança da Ablação por Cateter de Fibrilação Atrial sob Uso Ininterrupto de Rivaroxabana

Márcio Augusto Silva

Guilherme Muller de Campos Futuro

Erick Sessa Merçon

Deborah Vasconcelos

Rovana Silva Agrizzi

Jorge Elias Neto

Ricardo Kuniyoshi



Figura 2 – Aplicações de radiofrequência. Imagens geradas pela reconstrução geométrica do átrio esquerdo por meio de sistema de mapeamento eletroanatômico (Ensite/NAVX – St. Jude Medical/Abbott). A. Visão anterior. Pontos em vermelho demarcando as aplicações de radiofrequência. B. Visão posterior. Pontos em azul demarcando locais de aplicações de radiofrequência em que houve aumento de temperatura esofagiana.





Resumo

Fundamento: A ablação de fibrilação atrial (FA) sob uso ininterrupto de varfarina é segura e recomendada por especialistas. Entretanto, há controvérsia quanto aos anticoagulantes orais de ação direta para o mesmo fim.

Objetivo: Avaliar a segurança em realizar ablação de FA sob anticoagulação ininterrupta com rivaroxabana.

Métodos: Uma série de 130 pacientes foi submetida à ablação com radiofrequência da FA sob uso ininterrupto de rivaroxabana (grupo RIV) e comparada a um grupo-controle de 110 pacientes que a fizeram sob uso ininterrupto de varfarina (grupo VRF) e relação normatizada internacional (RNI) terapêutica. Analisamos morte, taxas de eventos tromboembólicos, de sangramentos maiores e menores, níveis do tempo de coagulação ativado (TCA) e dose de heparina no procedimento. O protocolo da ablação consistiu basicamente em isolamento circunferencial das veias pulmonares guiado por mapeamento eletroanatômico. Significância estatística de 5% foi adotada.

Resultados: As características clínicas dos grupos foram semelhantes e a FA paroxística mais frequente (63% e 59%, grupos RIV e VRF). Um evento tromboembólico ocorreu no grupo RIV. Foram três pacientes com sangramentos maiores (RIV = 1 e VRF = 2; p = 0,5); nenhum óbito. A RNI basal foi maior no grupo VRF (2,5 vs. 1,2 ± 0,02; p < 0,0001), com níveis de TCA basal semelhantes (123,7 ± 3 vs. 118 ± 4; p = 0,34). Maior dose de heparina venosa foi utilizada no grupo RIV (9.414 ± 199 vs. 6.019 ± 185 UI; p < 0,0001) para manter níveis médios de TCA semelhantes durante o procedimento (350 ± 3 vs. 348,9 ± 4; p = 0,79).

Conclusão: Na população estudada, a ablação de FA sob rivaroxabana ininterrupta teve segurança equivalente à varfarina ininterrupta, com RNI terapêutica. (Arq Bras Cardiol. 2020; 114(3):435-442)

Palavras-chave: Ablação por Cateter/métodos; Fibrilação Atrial; Rivaroxabana/uso terapêutico; Anticoagulantes/uso terapêutico; Anticoagulantes/efeitos adversos.