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Volume 113, Nº 2, Agosto 2019

   

DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/abc.20190119

ARTIGO ORIGINAL

Strain Longitudinal Global é Preditor de Baixa Capacidade Funcional em Pacientes com Insuficiência Cardíaca Sistólica

Rafael José Coelho Maia

Simone Cristina Soares Brandão

Jéssica Leite

Giordano Bruno Parente

Filipe Pinheiro

Bruna Thays Santana Araújo

Maria Inês Remígio Aguiar

Sílvia Marinho Martins

Daniella Cunha Brandão

Armele Dornelas de Andrade



Figura 1 – Gráfico de dispersão do índice do strain longitudinal global (SLG) comparado ao maxVO2, à inclinação da razão ventilação por minuto/produção de dióxido de carbono (VE/VCO2), recuperação da frequência cardíaca (RFC), e tempo de recuperação de 50% do VO2 (T1/2VO2).





Resumo

Fundamento: O strain longitudinal global (SLG) é capaz de predizer a capacidade funcional dos pacientes com insuficiência cardíaca (IC) e fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) preservada, e avaliar o prognóstico na IC com FEVE reduzida.

Objetivo: Correlacionar o SLG com parâmetros do teste de exercício cardiopulmonar (TECP), e avaliar se o SLG seria capaz de predizer quais pacientes com IC sistólica deveriam ser encaminhados ao transplante cardíaco de acordo com os critérios do TECP.

Métodos: Os pacientes com IC sistólica com FEVE <45%, classe funcional NYHA II e III, submeteram-se prospectivamente ao TECP e à ecocardiografia com análise do strain. A FEVE e o SLG foram correlacionados com as seguintes variáveis do TECP: maxVO2, inclinação de VE/VCO2, redução da frequência cardíaca durante o primeiro minuto de recuperação (RFC), e tempo necessário para a redução do maxVO2 em 50% após o exercício físico (T1/2VO2). Foi realizada análise da curva ROC do SLG em predizer um VO2 < 14 mL/kg/min e uma inclinação de VE/VCO2 > 35 (critérios para transplante cardíaco). O nível de significância adotado na análise estatística foi de p < 0,05.

Resultados: Vinte e seis pacientes foram selecionados para o estudo (idade, 47±12 anos, 58% homens, FEVE média LVEF = 28 ± 8%). A FEVE correlacionou-se somente com o maxVO2 e o T1/2VO2. O SLG correlacionou-se com todas as variáveis do TECP (maxVO2: r = 0,671; p = 0,001; inclinação de VE/VCO2: r = –0,513; p = 0,007; RFC: r = 0,466; p = 0,016; e T1/2VO2: r = –0,696, p = 0,001). A área sob a curva ROC para o SLG para predizer os critérios para transplante cardíaco foi de 0,88 (sensibilidade 75%, especificidade 83%) para um ponto de corte de –5,7%, p = 0,03.

Conclusão: O SLG apresentou associação significativa com todos os parâmetros funcionais do TECP. O SLG foi capaz de classificar os pacientes com IC segundo capacidade funcional e possivelmente pode identificar quais pacientes têm um prognóstico ruim e, portanto, se beneficiariam de um tratamento diferenciado, tal como o transplante cardíaco. (Arq Bras Cardiol. 2019; 113(2):188-194)

Palavras-chave: Insuficiência Cardíaca; Strain Longitudinal; Torção Mecânica; Anormalidade Torcional; Disfunção Ventricular Esquerda; Ecocardiografia Doppler/métodos.