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Volume 113, Nº 1, Julho 2019

   

DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/abc.20190094

ARTIGO ORIGINAL

Caracterização do Pericárdio Humano Descelularizado para Engenharia de Tecidos e Aplicações de Medicina Regenerativa

Luciana Wollmann

Paula Suss, João Mendonça Cesar Luzia

Andressa Schittini

George Willian Xavier da Rosa

Francisco Costa

Felipe F. Tuon



Figura 1 – Caracterização histológica do pericárdio humano fresco e pericárdio humano descelularizado. Coloração hematoxilina e eosina (H&E) e a coloração de DAPI não mostraram evidência de células nos cortes teciduais (D e E). H&E e RPM mostraram que a descelularização não afeta a estrutura dos feixes de colágeno); no entanto, houve uma redução no colágeno e aumento na espessura do tecido descelularizado em comparação ao tecido fresco (D e F).





Resumo

Fundameto: O enxerto de pericárdio pode ser usado em muitos procedimentos de correção cirúrgica. Uma das estratégias da engenharia tecidual é o processo de descelularização. No entanto, embora esse processo diminua a resposta imunogênica, a descelularização pode modificar tanto o comportamento como a composição da matriz extracelular natural.

Objetivos: Avaliar a eficácia da descelularização usando baixa concentração de dodecil sulfato de sódio na remoção celular, na manutenção das propriedades da matriz extracelular e na integridade mecânica do pericárdio humano descelularizado.

Métodos: A descelularização foi realizada com dodecil sulfato de sódio e ácido etilenodiamino tetra-acético. Foi realizada análise histológica, quantificação de DNA, e avaliação de glicosaminoglicanos e colágeno. O estudo biomecânico foi conduzido pelo teste de tração para comparar os efeitos da descelularização sobre as propriedades teciduais de resistência à tração, alongamento e módulo de elasticidade. Foi considerado um valor de p < 0,05 como estatisticamente significativo.

Resultados: Observou-se uma redução na quantidade de núcleos presentes no pericárdio após a descelularização, apesar de manter quantidades similares de feixes de elastina e de colágeno. As concentrações de DNA do pericárdio descelularizado foram significativamente reduzidas para menos que 511,23 ± 120,4 ng por mg de peso seco (p < 0,001). O teste biomecânico não apontou diferenças entre os tecidos fresco e descelularizado.

Conclusão: A descelularização reduziu a concentração de células bem como os componentes da matriz extracelular sem afetar suas propriedades biomecânicas. (Arq Bras Cardiol. 2019; 113(1):11-17)

Palavras-chave: Pericárdio; Bancos de Tecidos; Engenharia Tecidual/tendências; Separação Celular; Glicosaminoglicanos.