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Volume 112, Nº4, Abril 2019

   

DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/abc.20190064

ARTIGO ORIGINAL

Dessincronia Intra-atrial à Ressonância Magnética Cardíaca para Quantificação da Remodelação Tecidual em Pacientes com Fibrilação Atrial

Luisa Allen Ciuffo

João Lima

Henrique Doria de Vasconcellos

Muhammad Balouch

Susumu Tao

Saman Nazarian

David D. Spragg

Joseph E. Marine

Ronald D. Berger

Hugh Calkins

Hiroshi Ashikaga



Figura 1 – Quantificação da função regional atrial esquerda com cinerressonância magnética cardíaca. As imagens mostram um total de 12 segmentos codificados por cores no átrio esquerdo. A: corte de duas câmaras com seis segmentos de comprimento igual; B: corte de quatro câmaras com seis segmentos de comprimento igual.





Resumo

Fundamento: Estudos recentes sugerem que o realce tardio com gadolínio (RTG) no átrio esquerdo (AE) pode quantificar a remodelação tecidual subjacente que abriga a fibrilação atrial (FA). No entanto, a quantificação do RTG-AE requer um trabalho intenso de aquisição por ressonância magnética e pós-processamento em centros experientes. A avaliação da dessincronia intra-atrial no AE é uma técnica de imagem emergente que prediz a recorrência da FA após ablação por cateter. Nós levantamos as hipóteses de que 1) a dessincronia intra-atrial está associada ao RTG-AE em pacientes com FA e 2) a dessincronia intra-atrial é maior em pacientes com FA persistente do que naqueles com FA paroxística.

Método: Realizamos um estudo transversal comparando a dessincronia intra-atrial no AE e o RTG-AE em 146 pacientes com história de FA (60,0 ± 10,0 anos, 30,1% com FA não paroxística) submetidos à ressonância magnética cardíaca (RMC) durante ritmo sinusal antes da ablação da FA. Com utilização de RMC com tissue tracking, medimos o strain longitudinal do AE em cortes de duas e quatro câmaras. Definimos a dessincronia intra-atrial como o desvio padrão (DP) do tempo até o pico do strain longitudinal (DP-TPS, em %) e o DP do tempo até o pico do strain antes da contração atrial corrigido pela duração do ciclo (DP-TPSpreA, em %). Utilizamos a razão da intensidade da imagem (RIM) para quantificar o RTG-AE.

Resultados: A análise da dessincronia intra-atrial levou 9 ± 5 minutos por caso. A análise multivariada mostrou que a dessincronia intra-atrial no AE esteve independentemente associada ao RTG-AE. Além disso, a dessincronia intra-atrial no AE foi significativamente maior em pacientes com FA persistente do que naqueles com FA paroxística. Por outro lado, não houve diferença significativa no RTG‑AE entre pacientes com FA persistente e paroxística. A dessincronia intra-atrial no AE mostrou excelente reprodutibilidade e sua análise foi menos demorada (5 ± 9 minutos) do que o RTG-AE (60 ± 20 minutos).

Conclusão: A dessincronia intra-atrial no AE é um índice rápido, reprodutível e independentemente associado ao RTG‑AE para indicar remodelação tecidual subjacente. (Arq Bras Cardiol. 2019; 112(4):441-450)

Palavras-chave: Átrios do Coração; Fibrilação Atrial; Diagnóstico por Imagem; Ecocardiografia/métodos; Espectroscopia de Ressonância Magnética.