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Volume 111, Nº 6, Dezembro 2018

   

DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/abc.20180199

ARTIGO ORIGINAL

O Valor Prognóstico e o uso Clínico da Cintilografia de Perfusão Miocárdica em Pacientes Assintomáticos após Intervenção Coronariana Percutânea

Larissa Franco de Andrade

Ana Carolina Souza

Thais Peclat

Caio Bartholo

Thalita Pavanelo

Ronaldo de Souza Leão Lima



Figura 3 – Curva de Sobrevida de Kaplan-Meier de mortalidade de acordo com intervalo ICP prévia-CPM menor ou maior que 2 anos.





Resumo

Fundamentos: O papel da cintilografia de perfusão miocárdica (CPM) no seguimento de pacientes assintomáticos após intervenção coronariana percutânea (ICP) não está estabelecido. Objetivos. Avaliar o valor prognóstico e o uso clínico da CPM em pacientes assintomáticos após ICP.

Métodos: Foram selecionados pacientes que realizaram CPM consecutivamente entre 2008 e 2012 após ICP. As CPM foram classificadas em normais e anormais, os escores de perfusão, escore somado do estresse (SSS) e escore somado da diferença (SDS) foram calculados e convertidos em porcentagem de defeito perfusional total e de defeito isquêmico. O seguimento foi por meio de entrevistas telefônicas e consulta ao Sistema de Informação de Mortalidade. Desfechos primários foram morte, morte cardiovascular e infarto agudo do miocárdio (IAM) não fatal e desfecho secundário foi revascularização. Regressão logística e método de COX foram utilizados para identificar os preditores de eventos e o valor de p < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo.

Resultados: 647 pacientes foram acompanhados por 5,2 ± 1,6 anos. 47% das CPM foram normais, 30% anormais com isquemia e 23% anormais sem isquemia. Ocorreram 61 mortes, 27 cardiovasculares, 19 IAM não fatais e 139 revascularizações. A taxa anual de óbitos foi superior naqueles com perfusão anormal sem isquemia comparada aos grupos com isquemia e perfusão normal (3,3% × 2% × 1,2%, p = 0,021). A taxa anual de revascularização foi 10,3% no grupo com isquemia, 3,7% naqueles com CPM normal e 3% naqueles com CPM anormal sem isquemia. Foram preditores independentes de mortalidade e revascularização, respectivamente, defeito perfusional total maior que 6% e defeito isquêmico maior que 3%. Quarenta e dois por cento dos pacientes realizaram CPM menos de 2 anos após ICP e não foram observadas diferenças relevantes em relação aos que realizaram após esse período.

Conclusão: Embora esta informação não esteja contemplada em diretrizes, neste estudo a CPM foi capaz de predizer eventos em pacientes assintomáticos após ICP, independente do momento de realização. (Arq Bras Cardiol. 2018; 111(6):784-793)

Palavras-chave: Infarto do Miocárdio; Doença da Artéria Coronariana; Revascularização Miocárdica; Prognóstico; Coração/diagnóstico por imagem; Intervenção Coronária Percutânea.