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Volume 110, Nº 1, Janeiro 2018

   

DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/abc.20170189

ARTIGO ORIGINAL

Correlação das Alterações Eletrocardiográficas com a Ressonância Magnética Cardíaca em Pacientes com Cardiomiopatia Hipertrófica

Gabriela Miana de Mattos Paixão

Horácio Eduardo Veronesi

Halsted Alarcão Gomes Pereira da Silva

José Nunes de Alencar Neto

Carolina de Paulo Maldi

Luciano de Figueiredo Aguiar Filho

Ibrahim Masciarelli Francisco Pinto

Francisco Faustino de Albuquerque Carneiro de França

Edileide de Barros Correia



Figura 1 – Segmentação ventricular esquerda proposta pela American Heart Association





Resumo

Fundamento: O eletrocardiograma é o exame inicial na investigação das cardiopatias. As alterações eletrocardiográficas na cardiomiopatia hipertrófica não possuem padrão definido, tendo baixa correlação com o ecocardiograma. A ressonância magnética cardíaca vem ganhando destaque pela melhor avaliação da hipertrofia, bem como pela detecção de fibrose miocárdica.

Objetivos: Correlacionar as alterações eletrocardiográficas com a localização da hipertrofia na cardiomiopatia hipertrófica pela ressonância magnética cardíaca.

Métodos: Trata-se de estudo descritivo com delineamento transversal que avaliou 68 pacientes com diagnóstico confirmado de cardiomiopatia hipertrófica pela ressonância magnética cardíaca. Comparou-se o eletrocardiograma dos pacientes com a localização de maior hipertrofia miocárdica pela ressonância magnética. Admitiram-se um nível de significância estatística de 5% e intervalo de confiança de 95%.

Resultados: Os polimorfismos da PON-1, MTHFR e ENOS não estavam em equilíbrio de Hardy-Weinberg. O genótipo DD da LPL associou-se com lesões coronarianas mais graves e extensas. O escore genético tendeu a ser maior nos pacientes com escore de Gensini < P50 (13,7 ± 1,5 vs. 13,0 ± 1,6, p = 0,066), com correlação inversa entre o escore genético e o de Gensini (R = –0,194, p = 0,078).

Resultados: Dos 68 pacientes, 69% possuíam hipertrofia septal, 21% concêntrica e 10% apical. A massa de fibrose miocárdica foi maior na hipertrofia concêntrica (p < 0,001), assim como o tamanho da onda R em D1 (p = 0,0280). A amplitude das ondas R em V5 e V6 (p = 0,0391, p = 0,0148) foi maior na hipertrofia apical, com significância estatística. A hipertrofia apical também se relacionou com maior negatividade da onda T em D1, V5 e V6 (p < 0,001). O padrão strain foi encontrado em 100% dos pacientes com hipertrofia apical (p < 0,001).

Conclusão: A localização da hipertrofia miocárdica pela ressonância magnética pode ser correlacionada com alterações eletrocardiográficas, principalmente para hipertrofia apical. (Arq Bras Cardiol. 2018; 110(1):52-59)

Palavras-chave: Melatonina; Cardiomiopatia hipertrófica / genética; Eletrocardiografia; Espectroscopia de Ressonância magnética.