LIVRO 70 ANOS SBC - page 88

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Mais recentemente, com o crescente número de informações, as
diferentes interpretações e naturais debates sobre as várias facetas
da Cardiologia e, por último, com a chamada Medicina Baseada em
Evidências, tornou-se imperativa uma normatização e um entendi-
mento consensual sobre os vários temas da Cardiologia. Surgiram
os Consensos, e mais uma vez a SBC cumpriu com seu papel. Hoje
os Consensos viraram
Diretrizes
, palavra mais adequada ao propos-
to, uma vez que o consenso absoluto nunca existe, diz Jorge Ilha.
“É nossa intenção continuar e aperfeiçoar esse importante ins-
trumento de nossa Sociedade. Entendemos que os Consensos/
Diretrizes
vêm cumprindo um importante papel na atividade diá-
ria dos cardiologistas brasileiros, mesmo dos que eventualmente
discordem de alguma parte. Passaram elas a integrar qualquer
discussão acadêmica ou não, sobre qualquer assunto da Cardio-
logia, quando são sempre mencionadas nossas
Diretrizes
e  com-
paradas com as da ACC, AHA, ESC, entre outras”.
No entanto, as
Diretrizes
não podem ser apenas monografias
sobre os temas abordados.  “Temos um instrumento muito pode-
roso nas mãos: além de recomendar aos cardiologistas como se
entende o melhor diagnóstico e a melhor terapêutica, além de dar
‘a receita do bolo’, temos de utilizar a notável força de trabalho que
se reúne em cada um desses eventos, para também normatizar as
condutas profissionais em relação aos procedimentos, indicações
de exames, tempos de internação esperado em cada patologia”.
Pouco mais de uma década depois da divulgação desse docu-
mento, são centenas as
Diretri-
zes
publicadas pela SBC, entre
as quais muitas na segunda e
terceira edição atualizadas, à
medida em que avança o conhe-
cimento científico. Para Jorge
Ilha, esse resultado que ultra-
passa largamente sua ambição
inicial é uma prova de que na
SBC a continuidade dos objeti-
vos a largo prazo é uma constan-
te, independentemente de qual
a Diretoria do momento.
No comando da Coordenação de
Diretrizes
se seguiram Anis
Rassi Jr., Jadelson Andrade, Iran Castro e Harry Correa Junior
e cada um deles ampliou o alcance do projeto, dando à entida-
de a credibilidade e a responsabilidade científicas que levaram
à padronização da informação e dos tratamentos das Doenças
Cardiovasculares no Brasil, democratizando o conhecimento e
uniformizando a conduta da Cardiologia brasileira baseada nas
recomendações das
Diretrizes
.
Na gestão de Antonio Carlos Chagas, o então Coordenador de
Diretrizes,
Jadelson Andrade, desenvolveu o projeto de dissemi-
nação das
Diretrizes
entre os cardiologistas brasileiros, criando
quatro ações para atender a este projeto: o simpósio
Diretrizes
em Debate, um evento interativo entre os editores das
Diretrizes
e os cardiologistas, que começou a ser aplicado nos congressos
das Sociedades Estaduais e Departamentos com grande afluên-
cia de cardiologistas, a Sala de
Diretrizes
que passou a ocorrer no
Congresso Brasileiro de Cardiologia, possibilitando aos cardiolo-
gistas um contacto direto com os editores das
Diretrizes
, o Po-
cket book das
Diretrizes
que permitiu aos cardiologistas contarem
com a edição de dez das principais
Diretrizes
editadas no forma-
to de bolso, facilitando consultas rápidas e finalmente o livro de
perguntas e respostas comentadas pelos editores, que permitiu
aos cardiologistas aferirem os seus conhecimentos acerca das
Diretrizes
. O livro de perguntas e respostas das
Diretrizes
passou
a ser referendado pela CJTEC com um dos livros preparatórios
para o concurso ao Título de Especialista da SBC.
Na gestão de Jorge Ilha entre 2010 e 2011 a SBC evoluiu na
realização das suas
Diretrizes,
inclusive no plano internacional:
produziu a primeira
Diretriz
do mundo de Cardio Oncologia que
teve como editor Roberto Kalil Filho e as primeiras
Diretrizes
in-
ternacionais:
Diretriz
Latino-Americana para o Diagnóstico e Tra-
tamento da Cardiopatia Chagásica e
Diretriz
Latino-Americana so-
bre Insuficiência Cardíaca Descompensada,
Diretriz
Internacional
de Cardiogeriatria e mais recentemente a
Diretriz
Latino America-
na de Valvopatias.
Harry Correa Júnior, coordenador de
Diretrizes
.
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