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Volume 114, Nº 6, Junho 2020

   

DOI: https://doi.org/10.36660/abc.20190201

ARTIGO ORIGINAL

Doença Arterial Coronariana Anatômica Associada à Quimioterapia em Pacientes com Câncer de Pulmão Avaliada pelo Escore Angiográfico SYNTAX

Qian Yang

Yundai Chen

Hai Gao

Jianzhong Zhang

Juan Zhang

Mingjie Zhang

Jing Jing

Pingjun Zhu

Hao Zhou

Shunying Hu



Figura 1 – SXescore da artéria coronária à AGC. AGCs representativos de um paciente com SXbaixo (SXescore = 2; A–B) e um paciente com SXalto (SXescore = 38; C–D) .





Resumo

Fundamento: A doença arterial coronariana (DAC) associada à quimioterapia está se tornando um tema emergente na prática clínica. Contudo, o mecanismo subjacente da quimioterapia associada à DAC permanece incerto.

Objetivos: O estudo investigou a associação entre a quimioterapia e as anomalias anatômicas ateroscleróticas das artérias coronárias dentre pacientes com câncer de pulmão.

Métodos: Foram incluídos pacientes submetidos à angiografia coronária (AGC), entre 2010 e 2017, com câncer de pulmão prévio. Os fatores de risco associados à DAC e os dados sobre o câncer de pulmão foram avaliados. Avaliamos as anomalias das artérias coronárias de acordo com o escore SYNTAX (SXescore) calculado à AGC. Na análise de regressão logística, o escore SYNTAX foi classificado como alto (SXescoreALTO) se ≥22. Os dados foram analisados através de estatística descritiva e análise de regressão.

Resultados: Ao todo, 94 pacientes foram incluídos no estudo. O SXescore foi mais alto no grupo com quimioterapia quando comparado com o grupo sem quimioterapia (25,25, IIQ [4,50–30,00] versus 16,50, IIQ [5,00–22,00]; p = 0,0195). A taxa do SXescoreALTO foi maior no grupo com quimioterapia do que no grupo sem quimioterapia (58,33% versus 25,86; p = 0,0016). Tanto a análise de regressão logística univariada (OR: 4,013; 95% IC:1,655–9,731) quanto a multivariada (OR: 5,868; 95% IC:1,778–19,367) revelaram que a quimioterapia aumentou o risco de uma maior taxa do SXescoreALTO. A análise multivariada de regressão logística Stepwise mostrou que o risco para DAC anatômica mais grave aumenta com a quimioterapia como um todo em 5.323 vezes (95% IC: 2,002–14,152), e com o regime à base de platina em 5,850 vezes (95% IC: 2,027–16,879).

Conclusões: A quimioterapia está associada com a complexidade e gravidade anatômica da DAC, o que pode explicar, em parte, o maior risco de DAC associada à quimioterapia dentre pacientes com câncer de pulmão. (Arq Bras Cardiol. 2020; 114(6):1004-1012)

Palavras-chave: Doença da Artéria Coronariana/fisiopatologia; Neoplasias Pulmonares/tratamento farmacológico; Pontuação de Propensão; Syntax Escore; Angioplastia/métodos; Fatores de Risco.