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Volume 114, Nº 4, Abril 2020

   

DOI: https://doi.org/10.36660/abc.20180345

ARTIGO ORIGINAL

Valor Prognóstico do NT-proBNP versus Classificação de Killip em Pacientes com Síndromes Coronarianas Agudas

Thiago M. B. Souza

Antônio Maurício S. Cerqueira Jr.

Jessica G. Suerdieck

Nicole C. de Sá

Gabriella S. Sodré

Vitor C. A. Correia

Yasmin F. Lacerda

Leticia L. Fonseca

Marcia M. Noya-Rabelo

Luis C. L. Correia



Figura 1 – A precisão do NT-pro-BNP na predição de morte tem um valor de 0,78 (IC 95% 0,65 – 0,9) na estatística C e na classificação Killip 0,69 (IC 95% 0,54 – 0,84).





Resumo

Fundamento: Os níveis plasmáticos de peptídeos natriuréticos cerebrais têm melhor precisão diagnóstica em comparação com a avaliação clínico-radiológica para insuficiência cardíaca aguda. Nas síndromes coronárias agudas (SCA), o valor prognóstico da insuficiência cardíaca aguda é incorporado nos modelos preditivos através da classificação de Killip. Não está estabelecido se o NT-proBNP poderia aumentar a previsão prognóstica.

Objetivo: Avaliar se o NT-proBNP, como medida da disfunção ventricular esquerda, melhora o valor prognóstico intra‑hospitalar do escore GRACE na SCA.

Métodos: Foram incluídos no estudo pacientes admitidos por dor torácica aguda, com eletrocardiograma e/ou critérios de troponina para SCA. O nível plasmático de NT-proBNP foi medido no momento da admissão hospitalar e o desfecho primário foi definido como morte cardiovascular durante a hospitalização. Foi considerado significativo o valor de p < 0,05.

Resultados: A mortalidade cardiovascular entre os 352 pacientes estudados foi de 4,8%. O valor preditivo do NT‑proBNP para morte cardiovascular foi mostrado por uma estatística C de 0,78 (IC 95% = 0,65-0,90). Após o ajuste para o modelo GRACE subtraído pela variável Killip, o NT-proBNP permaneceu independentemente associado à morte cardiovascular (p = 0,015). No entanto, a discriminação pelo modelo logístico GRACE-BNP (estatística C = 0,83; IC 95% = 0,69‑0,97) não foi superior ao escore GRACE tradicional com Killip (estatística C = 0,82; IC 95% = 0,68-0,97). O modelo GRACE‑BNP não proporcionou melhora na classificação dos pacientes de alto risco pelo Escore GRACE (índice líquido de reclassificação = – 0,15; p = 0,14).

Conclusão: Apesar da associação estatística com a morte cardiovascular, não houve evidências de que o NT-proBNP aumente o valor prognóstico do escore GRACE na SCA. (Arq Bras Cardiol. 2020; 114(4):666-672)

Palavras-chave: Síndrome Coronariana Aguda; Insuficiência Cardíaca; Peptídeo Natriurético Encefálico; Mortalidade; Disfunção Ventricular Esquerda; Biomarcadores.