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Volume 114, Nº 4, Abril 2020

   

DOI: https://doi.org/10.36660/abc.20190152

ARTIGO ORIGINAL

Galectina-3 em Pacientes com Pericardite Constritiva Crônica

Fábio Fernandes

Dirceu Thiago Pessoa de Melo

Felix José Alvarez Ramires

Ester Cerdeira Sabino

Carlos Henrique Valente Moreira

Luiz Alberto Benvenutti

Viviane Tiemi Hotta

Ana Luiza Carrari Sayegh

Francis Ribeiro de Souza

Ricardo Ribeiro Dias

Charles Mady



Figura 1 – Processo de rastramento.





Resumo

Fundamento: A galectina-3 (Gal-3) é uma molécula pró-inflamatória e pró-fibrótica, envolvida na patogênese da insuficiência cardíaca. O papel da Gal-3 em pacientes com pericardite constritiva crônica (PCC) não está claro.

Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar os níveis de Gal-3 em pacientes com PCC e correlacioná-los com parâmetros clínicos, funcionais e histológicos.

Métodos: Nós avaliamos prospectivamente 25 pacientes sintomáticos com PCC agendados à pericardiectomia e 21 controles sadios. Os pacientes foram submetidos à avaliação clínica, medidas de Gal-3 e peptídeo natriurético do tipo B (BNP), ecocardiografia, ressonância magnética cardíaca e teste cardiopulmonar de exercício (TCPE) no período basal. Seis meses após a pericardiectomia, repetiu-se o TCPE. Um erro alfa < 5% foi considerado estatisticamente significativo, com um intervalo de confiança de 95%.

Resultados: Foram incluídos 25 pacientes com idade mediana de 45 anos. A etiologia foi principalmente idiopática (n = 19, 76%), e 14 (56%) apresentaram classe funcional New York Heart Association (NYHA) III/IV. Os valores medianos de BNP e Gal-3 foram 143 (89-209) pg/dL e 14,8 (9,7-17,2) ng/mL, respectivamente. Os níveis de Gal-3 não foram estatisticamente maiores nos pacientes com PCC que em controles (p = 0,22). Não foram encontradas correlações significativas da Gal-3 com BNP, medidas ecocardiográficas e de ressonância magnética cardíaca, e achados histológicos. Após a pericardiectomia, encontrou-se uma correlação estatisticamente significativa entre Gal-3 e medidas do TCPE – duração do teste (r = –0,79; p < 0,001) e tempo de exercício (r = –0,79; p < 0,001).

Conclusões: Pacientes com PCC apresentaram níveis normais de Gal-3, quando comparados aos indivíduos controles. A Gal-3 não se correlacionou com medidas morfológicas e funcionais antes da pericardiectomia. No entanto, associações entre Gal-3 e intolerância ao exercício após pericardiectomia pode sugerir um papel da Gal-3 na predição de prognóstico após a pericardiectomia. (Arq Bras Cardiol. 2020; 114(4):683-689)

Palavas-chave: Pericardite Constritiva/cirurgia; Galectina 3; Diferenciação Celular; Pericardiectomia/métodos; Fibrose.