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Volume 114, Nº 4, Abril 2020

   

DOI: https://doi.org/10.36660/abc.20180375

ARTIGO ORIGINAL

Estudo Controlado das Alterações Hemodinâmicas Centrais de uma Sessão de Exercício Inspiratório com Diferentes Cargas na Insuficiência Cardíaca

Luana de Decco Marchese

Sergio Chermont

Danielle Warol

Lucia Brandão de Oliveira

Sabrina Bernardez Pereira

Mônica Quintão

Evandro Tinoco Mesquita



Figura 2 - Comportamento da FC pré e aos 15 min. de EI com as diferentes cargas. FC: frequência cardíaca; EI: exercício inspiratório; bpm: batimentos por minuto; plac: placebo; min.: minutos. (Fonte: O autor)





Resumo

Fundamento: A fraqueza muscular inspiratória contribui para a intolerância ao exercício e diminuição da qualidade de vida dos pacientes com insuficiência cardíaca. Estudos com treinamento da musculatura inspiratória demonstram melhora da força muscular inspiratória, da capacidade funcional e da qualidade de vida. Porém, pouco se sabe sobre a resposta hemodinâmica central (RHC) durante o exercício inspiratório (EI).

Objetivo: Avaliar a RHC em uma única sessão de EI com diferentes cargas (placebo, 30 e 60%) na insuficiência cardíaca.

Métodos: Ensaio clínico randomizado placebo-controlado, em pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida, classe funcional II e III. Vinte pacientes, com idade de 65±11 anos, completaram uma sessão única de exercício inspiratório, em 3 ciclos de 15 minutos, com washout de 1 hora, envolvendo cargas de 30% (C30), 60% (C60) e placebo, utilizando um resistor de carga linear (PowerBreathe Light). O estudo hemodinâmico não invasivo foi realizado por bioimpedância cardiotorácica (Niccomo™CardioScreen®). Análise estatística foi feita com o Teste t de Student e a correlação de Pearson, considerado significante p≤0,05.

Resultados: Foi observado aumento da frequência cardíaca (FC) com a C30 (64±15 vs 69±15 bpm; p=0,005) e C60 (67±14 vs 73±14 bpm, p=0,002). No volume sistólico (VS), observou-se diminuição com a C30 (73±26 vs 64±20 ml; p=0,004). O débito cardíaco (DC) apresentou aumento apenas com a C60 (4,6±1,5 vs 5,3±1,7 l/min; p=-0,001).

Conclusão: Quando utilizada a carga de 60%, em uma sessão única de EI, foram observadas alterações na RHC. A FC e o DC aumentaram, assim como as escalas de Borg e sensação subjetiva de dispneia. Já a carga de 30% promoveu diminuição do VS. (Arq Bras Cardiol. 2020; 114(4):656-663)

Palavras-chave: Insuficiência Cardíaca; Debilidade Muscular; Exercícios Respiratórios; Hemodinâmica; Síndrome de Fadiga Crônica; Terapia por Exercício; Qualidade de Vida; Técnicas de Exercício e Movimento.