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Volume 114, Nº 4, Abril 2020

   

DOI: https://doi.org/10.36660/abc.20190080

ARTIGO ORIGINAL

Equilíbrio Dinâmico e Mobilidade Explicam a Qualidade de Vida na ICFEP, Superando Todos os Outros Componentes da Aptidão Física

Cristine Schmidt

Mário Santos

Lucimere Bohn

Bruno Miguel Delgado

Daniel Moreira-Gonçalves

Adelino Leite-Moreira

José Oliveira



Resumo

Fundamento: A aptidão física é um importante determinante da qualidade de vida (QV) em pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEP). No entanto, ainda não se sabe como os diferentes componentes da aptidão física se relacionam com as dimensões específicas da QV em pacientes com ICFEP.

Objetivo: Avaliar a associação entre diferentes componentes da aptidão física e dimensões da QV em pacientes com ICFEP, e examinar quais componentes da aptidão física foram independentemente associados à QV.

Métodos: Os pacientes com ICFEP foram avaliados quanto à aptidão física [equilíbrio dinâmico e mobilidade (“teste 8-feet Up-and-go”), força da parte superior do corpo (Teste de força de preensão manual), aptidão cardiorrespiratória (ACR) (teste de caminhada de 6 minutos) e composição corporal (índice de massa corporal)] e para QV (Minnesota Living With Heart Failure Questionnaire). Uma correlação parcial foi utilizada para verificar a associação entre os componentes da aptidão física e as dimensões da QV. A análise das dimensões dos preditores independentes de QV foi realizada através da análise de regressão linear multivariada stepwise. A significância estatística foi estabelecida em p <0,05.

Resultados: Tanto a ACR quanto o equilíbrio dinâmico e a mobilidade estão significativamente associados ao escore total e às dimensões físicas da QV (p <0,05), mas apenas o equilíbrio dinâmico e a mobilidade foram concomitantemente associados à dimensão emocional (r = 0,597; p = 0,004). O equilíbrio dinâmico e a mobilidade foram associados de forma independente ao escore total (β = 0,651; r2 = 0,424; p = 0,001), e as dimensões física (β = 0,570; r2 = 0,324; p = 0,04) e emocional (β = 0,611; r2 = 0,337 p = 0,002) da QV.

Conclusão: Nossos dados sugerem que o equilíbrio dinâmico e a mobilidade avaliam melhor a QV do que a ACR, comumente medida na prática clínica. Ainda não se sabe se as intervenções direcionadas especificamente ao equilíbrio dinâmico e à mobilidade têm diferentes impactos na QV. (Arq Bras Cardiol. 2020; 114(4):701-707)

Palavras-chave: Insuficiência Cardíaca/fisiopatologia; Equilíbrio Trabalho-Vida/métodos; Aptidão Física; Qualidade de Vida; Exercícios Respiratórios, Composição Corporal.