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Volume 114, Nº 2, Fevereiro 2020

   

DOI: https://doi.org/10.36660/abc.20180433

ARTIGO ORIGINAL

Impacto do Tabagismo Passivo na Resposta Pressórica à Epinefrina e Felipressina em Ratos Hipertensos 1K1C Tratados ou não com Atenolol

Camila A. Fleury

Elizandra P. M. Almeida

Thiago J. Dionisio

Adriana M. Calvo

Gabriela M. Oliveira

Sandra L. Amaral

Carlos F. Santos

Flávio A. C. Faria



Figura 1 – Protocolo esquemático do estudo: ratos com 45 dias de idade foram submetidos a implante de clipe (indução de hipertensão 1K1C); no dia seguinte, os grupos de fumantes foram expostos à fumaça do cigarro; aos 60 dias de vida, a pressão arterial foi medida por meios indiretos e o tratamento com atenolol foi iniciado; aproximadamente aos 75 dias de vida foram realizados experimentos diretos de pressão arterial. Um exemplo do registro pulsátil após a administração de epinefrina detalha como os parâmetros foram calculados.





Resumo

Fundamento: O tabagismo geralmente está associado à hipertensão e pode modificar a resposta vasoconstritora.

Objetivo: O presente estudo teve como objetivo analisar e comparar a interação do tabagismo passivo e hipertensão sobre os efeitos da epinefrina e felipressina na pressão arterial após injeção intravascular.

Métodos: Ratos Wistar machos de 45 dias tiveram a artéria renal principal esquerda parcialmente obstruída e o rim direito removido (modelo 1K1C). Os ratos foram colocados na câmara para exposição ao tabagismo passivo (10 cigarros) durante 10 minutos (6 dias por semana). Ratos hipertensos receberam atenolol (90 mg/kg/dia) por gavagem durante duas semanas. A resposta hipotensora e hipertensiva, a duração da resposta e a frequência cardíaca foram registradas a partir da medida dos valores diretos da pressão arterial. O nível de significância foi de 5%.

Resultados: O tabagismo passivo aumentou a resposta hipertensiva máxima à epinefrina em ratos normotensos e ratos 1K1C tratados com atenolol e à felipressina apenas em ratos 1K1C tratados com atenolol; também reduziu a resposta hipotensiva à epinefrina. A epinefrina aumentou a frequência cardíaca em ratos fumantes passivos ou nãofumantes, normotensos e hipertensos. Comparando os dois vasoconstritores, a epinefrina apresentou maior resposta hipertensiva em fumantes normotensos, ratos 1K1C fumantes e não fumantes tratados com atenolol. No entanto, em ratos normotensos e não fumantes, a felipressina apresentou um efeito hipertensivo maior e mais prolongado.

Conclusões: Nossos resultados sugerem que o tabagismo passivo pode reduzir a vasodilatação da epinefrina e aumentar a resposta hipertensiva quando comparado à felipressina. Portanto, a felipressina pode ser segura para pacientes hipertensos, com o objetivo de evitar a interação entre taquicardia e atenolol, mas para pacientes normotensos e não fumantes, a epinefrina pode ser mais segura que a felipressina. (Arq Bras Cardiol. 2020; 114(2):295-303)

Palavras-chave: Tabagismo; Hipertensão; Ratos; Felipressina; Epinefrina; Atenolol; Poluição por Fumaça de Tabaco; Nicotina/efeitos adversos.