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Volume 114, Nº 1, Janeiro 2020

   

DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/abc.20190174

ARTIGO ORIGINAL

Efeito Sinérgico da Gravidade da Doença, de Sintomas de Ansiedade e da Idade Avançada sobre a Qualidade de Vida de Pacientes Ambulatoriais com Insuficiência Cardíaca

José Henrique Cunha Figueiredo

Gláucia Maria Moraes de Oliveira

Basílio Bragança Pereira

Ana Elisa Bastos Figueiredo

Emília Matos Nascimento

Marcelo Iorio Garcia

Sergio Salles Xavier





Resumo

Fundamento: A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome multifatorial com repercussões sobre a qualidade de vida (QV).

Objetivo: Investigar os principais fatores que interagem e pioram a qualidade de vida de pacientes ambulatoriais com IC.

Métodos: Estudo transversal observacional com 99 pacientes, de ambos os sexos, atendidos no ambulatório de IC de um hospital universitário, todos com uma fração de ejeção reduzida (<40%) pela ecocardiografia. Os participantes foram avaliados usando-se um questionário sociodemográfico, um questionário clínico, o Minnesota Living with Heart Failure (MLwHF), e Hospital Anxiety and Depression scale (HADS). QV foi a variável de desfecho. Foram usados dois modelos de análise multivariada, a regressão beta (paramétrica) e a árvore de regressão (não paramétrica), considerando um p < 0,05 e 0,05 < p < 0,10 para significância estatística e clínica, respectivamente.

Resultados: A análise por regressão beta mostrou que os sintomas de depressão e ansiedade pioraram a QV de pacientes com IC, bem como o sexo masculino, idade inferior a 60 anos, nível educacional mais baixo, renda familiar mensal menor, internações recorrentes e comorbidades tais como doenças cardíacas isquêmicas e hipertensão arterial. A árvore de regressão confirmou que as classes funcionais da NYHA III e IV pioraram todas as dimensões do MLwHF, interagindo com sintomas de ansiedade, e influenciando direta ou indiretamente, a presença de pior escore total e dimensão emocional do MLwHF. Internações anteriores, na dimensão emocional, e idade inferior a 60 anos, na dimensão geral, associaram-se com ansiedade e classe funcional NYHA, piorando também a QV dos pacientes com IC.

Conclusão: IC com fração de ejeção reduzida associou-se com pior resultado do MLwHF. Sintomas de ansiedade, internação prévia e idade mais jovem também associaram-se com pior MLwHF. O conhecimento desses fatores de risco pode, portanto, orientar a avaliação e o tratamento dos pacientes com IC. (Arq Bras Cardiol. 2020; 114(1):25-32)

Palavras-chave: Insuficiência Cardíaca; Ansiedade/diagnóstico; Hospitalização; Qualidade de Vida; Idade; Volume Sistólico.