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Volume 115, Nº 2, Agosto 2020

   

DOI: https://doi.org/10.36660/abc.20190267

ARTIGO ORIGINAL

Solução Custodiol®-HTK versus Cardioplegia Sanguínea Gelada em Cirurgia Coronária Isolada com Tempo de Pinçamento da Aorta Prolongado: Uma Análise de Propensão Pareada

Giuseppe Gatti

Pierpaolo Taffarello

Gabriella Forti

Carla Gripari

Gianfranco Gustin

Gianluca Castaldi

Ilaria Fiorica

Aniello Pappalardo



Figura 2 – Grupo HTK versus Grupo MCB. Amostras pareadas por EP. Diferenças nos níveis séricos pico após a cirurgia de CK-MB, CK-MB/CK, TnI e AST. AST: aspartato aminotransferase; CK: creatina quinase; CK-MB: creatina quinase-MB; TnI-c: troponina cardíaca I; HTK: histidina-triptofano-cetoglutarato; MCB: cardioplegia sanguínea gelada multidose; EP: escore de propensão.





Resumo

Fundamento: A cardioplegia com solução Custodiol®-HTK (histidina-triptofano-cetoglutarato) é amplamente utilizada.

Objetivo: Comparar os desfechos de cirurgia coronária isolada, com tempo de pinçamento da aorta (TPA) prolongado, em pacientes que receberam dose única de HTK ou repetidas doses de cardioplegia sanguínea gelada (MCB). Métodos: O TPA foi de ≥120 minutos para 148 pacientes consecutivos submetidos à cirurgia coronária isolada (2009−2016). A cardioplegia sanguínea gelada e a HTK foram utilizadas em 38 e 110 casos, respectivamente. Os dois grupos foram comparados considerando-se as características basais, os dados operatórios e os desfechos precoces. Uma vez que o perfil de risco e os dados operatórios diferiram significativamente entre os grupos, foi realizada análise utilizando pareamento por escore de propensão, sendo gerados 34 pares.

Resultados: Enquanto o risco operatório esperado foi maior no grupo HTK, quando comparado com o grupo MCB (EUROSCORE II, p=0,005), não houve diferença significativa intergrupo em relação à mortalidade hospitalar (p=0,573). O balanço hídrico acumulado (positivo) no período pós-operatório (p=0,003), o número de transfusões de sangue (p=0,017), as taxas de lesão renal aguda (p=0,002) e qualquer complicação maior (p=0,019) foram mais elevados nos pacientes do grupo HTK. Todos esses resultados foram confirmados mesmo após o pareamento por escore de propensão, embora a diferença tenha sido significativa apenas em relação ao balanço hídrico (p=0,013) e bastante significativa em relação às transfusões de sangue (p=0,054). No grupo HTK, o tempo de permanência hospitalar e na unidade de terapia intensiva foram mais longos tanto para a amostra global (p=0,016 e 0,008) quanto para a amostra pareada (p=0,142 e 0,198). Na amostra pareada, os valores pico para troponina I cardíaca sérica foram mais baixos no grupo HTK (p=0,122); os níveis séricos de creatinina foram mais baixos no grupo MCB (p=0,023).

Conclusão: Para os pacientes deste estudo que necessitaram de TPA prolongado, houve uma tendência a desfechos piores quando a cardioplegia com HTK, e não a cardioplegia sanguínea gelada, foi utilizada. (Arq Bras Cardiol. 2020; 115(2):241-250)

Palavras-chave: Revascularização Miocárdica/complicações, Parada Cardíaca Induzida, Soluções Cardioplégicas/uso terapêutico; Reperfusão Miocárdica, Complicações Pós–Operatórias, Infarto do Miocárdio, Acidente Vascular Cerebral, Mortalidade.