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Volume 113, Nº 6, Dezembro 2019

   

DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/abc.20190181

ARTIGO ORIGINAL

Correlação entre Risco de Apneia Obstrutiva do Sono e Parâmetros do Ecocardiograma

Adson Renato Leite

Diana Maria Martinez

Maria Luiza Garcia-Rosa

Erica de Abreu Macedo

Antonio José Lagoeiro

Wolney de Andrade Martins

Delvo Vasques-Netto

Cárita Cunha dos Santos





Resumo

Fundamento: A apneia obstrutiva do sono (AOS) é um transtorno crônico, progressivo, com alta morbimortalidade e associado às doenças cardiovasculares (DCV), entre elas a insuficiência cardíaca (IC). As alterações fisiopatológicas relacionadas com a AOS podem impactar diretamente a função diastólica do ventrículo esquerdo.

Objetivo: Estimar a associação entre risco de AOS, avaliada pelo Questionário de Berlim (QB), e parâmetros do ecocardiograma, relacionados com a função diastólica, em indivíduos sem IC na atenção primária.

Métodos: Estudo transversal que incluiu 354 indivíduos (51% mulheres) com idade igual ou superior a 45 anos. Todos os indivíduos selecionados foram submetidos a uma avaliação que constou dos seguintes procedimentos: consulta, preenchimento do QB e exame clínico, realização de exames laboratoriais e ecocardiograma Doppler transtorácico (EDT). Os dados contínuos são apresentados em medianas e intervalos interquartílicos e os categóricos em frequências absolutas e relativas. As variáveis que apresentaram associação ao risco de AOS em nível de 0,05 integraram os modelos de regressão gama com função de ligação log link. Análise bruta: Um valor de p < 0,05 foi considerado como indicador de significância estatística.

Resultados: Dos 354 indivíduos analisados, 63% foram classificados como tendo alto risco para AOS. Os pacientes com alto risco para AOS apresentam alterações significativas dos parâmetros que avaliam a função diastólica. Alto risco para AOS confirmou sua associação positiva e estatisticamente significativa, após ajuste, a indicadores de disfunção diastólica – VAE-i (p = 0,02); E’/A’ (p < 0,01); A (p = 0,02); E/A (p < 0,01). Conclusão: Nossos dados mostram que pacientes com alto risco de AOS apresentam piora dos parâmetros de função diastólica medidos pelo EDT. (Arq Bras Cardiol. 2019; 113(6):1084-1089)

Palavras-chave: Doenças Cardiovasculares; Apneia Obstrutiva do Sono; Indicadores de Morbimortalidade; Insuficiência Cardíaca; Ecocardiografia/métodos; Polissonografia/métodos; Fatores de Risco.