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Volume 113, Nº 5, Novembro 2019

   

DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/abc.20190166

ARTIGO ORIGINAL

O Enriquecimento Ambiental Promove Efeito Antioxidante no Bulbo Ventrolateral e Rins de Roedores com Hipertensão Renovascular

Luiz Eduardo Sousa

Iuri Ferrari Del Favero

Frank Silva Bezerra

Ana Beatriz Farias de Souza

Andreia Carvalho Alzamora

Dr. Luiz Eduardo Sousa







Figura 2 – Níveis basais da pressão arterial média (PAM, mmHg) nos ratos hipertensos (2R1C) e normotensos (Sham) submetidos ao enriquecimento ambiental (AE) e condições padrão (CP). Medidas diretas de PAM foram obtidas nas 4 semanas após a cirurgia 2R1C. As letras (por cima das barras) indicam diferenças significativas. (a) A diferença em relação ao grupo Sham-CP; (b) Differença em relação ao grupo Sham-AE analisada através do teste Kruskal-Wallis, seguido pelo pós-teste de Dunn (p < 0,05) (n = 7 em cada grupo). Os dados foram expressos como mediana (valor mínimo-valor máximo).





Resumo

Fundamento: A hipertensão arterial é um precursor para o desenvolvimento da insuficiência cardíaca e renal e, além disso, está associada com o aumento dos marcadores oxidativos. O enriquecimento ambiental dos roedores melhora o desempenho em tarefas de memória, e também parece ter um efeito antioxidante sobre o hipocampo dos ratos normotensos.

Objetivos: Avaliar o efeito do enriquecimento ambiental sobre o estresse oxidativo no bulbo ventrolateral, coração, e rins de ratos com hipertensão renovascular.

Métodos: Quarenta ratos machos, tipo Fischer (6 semanas de idade), foram divididos em quatro grupos: normotensos em condições padrão (Sham-CP), normotensos em ambiente enriquecido (Sham-AE), hipertensos em condições padrão (2R1C-CP), e hipertensos em ambiente enriquecido (2R1C-AE). Os animais foram mantidos em gaiolas enriquecidas ou padrão durante quatro semanas e, por fim, todos os animais foram eutanasiados. O nível de significância foi p < 0,05.

Resultados: O grupo 2R1C-CP apresentou pressão arterial média maior (mmHg) 147,0 (122,0; 187,0) quando comparado com os grupos Sham-CP 101,0 (94,0; 109,0) e Sham-AE 106,0 (90,8; 117,8). Observou-se maior atividade das enzimas superóxido dismutase (SOD) (49,1 ± 7,9 U/mg ptn) e da catalase (0,8 ± 0,4 U/mg ptn) no bulbo ventrolateral do grupo 2R1C-AE, em relação à atividade da SOD (24,1 ± 9,8 U/mg ptn) e da catalase (0,3 ± 0,1 U/mg ptn) no grupo 2R1C-CP. No grupo 2R1C-AE, a oxidação lipídica no bulbo ventrolateral foi menor (0,39 ± 0,06 nmol/mg ptn) quando comparado com o grupo 2R1C-CP (0,53 ± 0,22 nmol/mg ptn). Ademais, foi observada maior atividade das enzimas superóxido dismutase nos rins dos animais 2R1C-AE (11,9 ± 2,3 U/mg ptn) em relação aos animais 2R1C-CP (9,1 ± 2,3 U/mg ptn).

Conclusão: O enriquecimento ambiental provocou efeito antioxidante no bulbo ventrolateral e nos rins, o que contribuiu para a redução do dano oxidante nos ratos hipertensos. (Arq Bras Cardiol. 2019; 113(5):905-912)

Palavras-chave: Ratos, hipertensão renovascular, estresse oxidativo, enriquecimento ambiental, medula ventrolateral, rins.