Português | Inglês





Pressione Enter para iniciar a Busca.





Volume 113, Nº 3, Setembro 2019

   

DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/abc.20190146

ARTIGO ORIGINAL

Alta Atividade Plaquetária Residual em Resposta ao Ácido Acetilsalicílico na Síndrome Coronariana Aguda Sem Supra de ST: Comparação entre as Fases Aguda e Tardia

Marianna Deway Andrade Dracoulakis

Paul Gurbel

Marco Cattaneo

Herlon Saraiva Martins

José Carlos Nicolau

Roberto Kalil Filho



Resumo

Fundamento: A alta atividade plaquetária (AAP) durante a terapia com ácido acetilsalicílico (AAS) é fator de mau prognóstico nas síndromes coronarianas agudas (SCA). A prevalência de AAP durante a SCA é maior do que a relatada na doença estável. No entanto, não está claro se esta prevalência de AAP é um fenômeno transitório ou característica dessa população de alto risco.

Objetivo: O objetivo principal é comparar, em uma mesma população, os efeitos do AAS sobre a função plaquetária nas fases inicial e tardia da SCA. Os objetivos secundários são: correlação entre os testes entre si e a relação entre os testes e a variação dos marcadores inflamatórios (proteína C reativa e interleucina-6). Métodos: Foram estudados prospectivamente 70 pacientes com SCA sem elevação de ST (SCSST) em uso de 100 a 200 mg de AAS por dia por pelo menos 7 dias. A função plaquetária foi avaliada nas primeiras 48 horas e 3 meses após por quatro métodos: VerifyNow™ (VFN), agregometria de sangue total (AST) com ácido araquidônico (AA) e colágeno como agonistas, e analisador de função plaquetária (PFA). O nível de significância estatístico considerado foi < 0,05.

Resultados: A média de idade foi de 65 ±9,7 anos e 54% da população eram do sexo feminino. De acordo com os métodos mais específicos (AST com AA e VFN), a incidência de AAP foi significativamente maior na fase inicial, em relação à tardia: AST com AA 31% versus 13%, p = 0,015; VFN 32% versus 16%, p = 0,049. Os outros métodos testados, menos específicos para o AAS, não mostraram diferenças significativas entre as fases. A correlação entre os métodos foi fraca ou moderada (r variando de 0,3 a 0,5, p < 0,05), e não houve associações significativas entre AAP e marcadores inflamatórios.

Conclusão: A prevalência de AAP durante a terapia com AAS, avaliada por métodos específicos para cicloxigenase 1 (COX-1), é maior durante a fase aguda do que na tardia da SCASST. (Arq Bras Cardiol. 2019; 113(3):357-363)

Palavras-chave: Síndrome Coronariana Aguda; Agregação Plaquetária; Isquemia Miocárdica; Idoso; Aspirina/uso terapêutico; Aspirina/efeitos adversos.