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Volume 113, Nº 3, Setembro 2019

   

DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/abc.20190157

ARTIGO ORIGINAL

A Preferência ao Sal está Relacionada à Hipertensão e não ao Envelhecimento

Patrícia Teixeira Meirelles Villela

Eduardo Borges de-Oliveira

Paula Teixeira Meirelles Villela

Jose Maria Thiago Bonardi

Rodrigo Fenner Bertani

Julio Cesar Moriguti

Eduardo Ferriolli

Nereida K. C. Lima

Dra. Patrícia Teixeira Meirelles Villela







Figura 1 – Distribuição da preferência pelas amostras de pão entre os voluntários hipertensos no primeiro experimento, sem a adição de orégano. 0: não percebeu a diferença; 1: preferiu a amostra com 1,5% de sal; 2: preferiram a amostra com 2,0% de sal; 3: preferiram a amostra com 2,7% de sal.





Resumo

Fundamento: Adicionar temperos aos alimentos é umas das estratégias recomendadas para diminuir a quantidade de sal nos alimentos. No entanto, poucos estudos investigaram alterações na preferência ao sal através do uso de temperos.

Objetivos: O objetivo deste estudo foi comparar a preferência pelo pão salgado, e até que ponto o uso de temperos pode alterar as preferências dos indivíduos hipertensos e normotensos, pacientes ambulatoriais jovens e idosos.

Métodos: Os pacientes ambulatoriais (n = 118) foram classificados em quatro grupos: idosos com hipertensão (IH) (n = 32), jovens hipertensos (JH) (n = 25); indivíduos idosos normotensos (IN) (n = 28), e jovens normotensos (JN) (n = 33). Primeiro, os voluntários provaram amostras aleatórias de pão com três diferentes concentrações de sal. Após duas semanas, eles provaram os mesmos tipos de pão, porém acrescidos de temperos. A pressão arterial (PA), e a excreção urinária de sódio e potássio de 24 horas (UNaV, UKV) foram medidas duas vezes. Análise: Teste exato de Fisher, teste de McNemar e teste ANCOVA. Significância estatística: p < 0,05.

Resultados: A PA sistólica e a excreção urinária de sódio e potássio foram maiores nos grupos IH e JH, e eles tiveram maior preferência por amostras mais salgadas quando comparados com os grupos de normotensos (IH: 71,9%, JH: 56% vs. IN: 25%, JN; 6%, p < 0,01). Quando o orégano foi adicionado, a preferência dos indivíduos hipertensos foi pelas amostras com menores concentrações de sal, com uma diminuição da escolha por amostras mais salgadas (IH: 71,9% a 21,9%, e JH: 56% a 16%, p = 0,02); o grupo IN preferiu a amostra com a concentração de sal mais baixa (53,6% vs. 14,3%, p < 0,01) e no grupo JN aumentou ainda mais o número de indivíduos com preferência pela amostra com concentrações mais baixas de sal (63,6% vs. 39,4%, p = 0,03).

Conclusões: Os idosos e jovens hipertensos preferem e consomem mais sal do que os normotensos, e o pão adicionado de tempero ajudou todos os grupos a escolher alimentos menos salgados. A preferência ao sal está ligada à hipertensão e não à idade nos pacientes ambulatoriais. (Arq Bras Cardiol. 2019; 113(3):392-399)

Palavras-chave: Idoso; Envelhecimento; Tolerância ao Sal; Preferências Alimentares; Cloreto de Sódio na Dieta/efeitos adversos; Aromatizantes.