Volume 113, Nº 1, Julho 2019
DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/abc.20190089
ARTIGO ORIGINAL
O Perfil do Cardiologista Brasileiro – Uma Amostra de Sócios da Sociedade Brasileira de Cardiologia
Lucas Simonetto Faganello
Mauricio Pimentel
Carisi Anne Polanczyk
Tiago Zimerman
Marcus Vinicius Bolivar Malachias
Oscar Pereira Dutra
Leandro Ioschpe Zimerman
Dr. Lucas Simonetto Faganello

Figura 3 – Diferença salarial entre homens e mulheres.
Resumo
Fundamento: Dados internacionais mostram mudanças no perfil e nas características da atuação dos cardiologistas. No entanto, não há na literatura dados acerca da realidade brasileira.
Objetivo: Avaliar as características profissionais e pessoais de amostra de cardiologistas brasileiros.
Método: Estudo transversal realizado por meio de questionário enviado via e-mail para os cardiologistas adimplentes da Sociedade Brasileira de Cardiologia em 2017. Os resultados foram analisados considerando nível de significância de p < 0,05.
Resultados: Foram enviados 13.462 questionários, havendo 2.101 (15,6%) respostas, com predominância de homens (71,8% versus 28,2%). A distribuição etária e o estado civil foram significativamente diferentes entre os gêneros (p < 0,001). O número de cardiologistas sem filhos foi maior entre as mulheres (40,5% versus 16,1%; p < 0,001). O local de trabalho mais frequente foi hospital público (46,5%), seguido por hospital privado (28,5%) e consultório privado (21,1%). O consultório é a principal atividade de 23,9% dos homens e 14% das mulheres (p < 0,001), predominantemente entre aqueles com mais de 50 anos (31,7% versus 10,1%, respectivamente; p < 0,001). A maioria (64,2%) trabalha mais de 40 horas semanais (69% dos homens e 51,9% das mulheres; p < 0,001). A renda mensal de 88% é superior a R$ 11.000 (US$ 3,473.43), e 66,5% dos homens recebem mais que R$ 20.000,00 (US$ 6,315.32) mensais, contra 31,2% das mulheres (p < 0,001). Nível elevado de estresse foi relatado por 11,3%.
Conclusões: Os homens são maioria entre os cardiologistas, têm maior carga de trabalho e renda superior à das mulheres. A taxa de estresse em grande proporção foi de 11,3%. (Arq Bras Cardiol. 2019; 113(1):62-68)
Palavras-chave: Cardiologistas; Inquéritos e Questionários; Renda; Gênero; Dados Demográficos; Qualidade de Vida.