Português | Inglês





Pressione Enter para iniciar a Busca.





Volume 112, Nº 6, Junho 2019

   

DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/abc.20190037

ARTIGO ORIGINAL

Disfunção Tireoidiana Subclínica não foi Associada com Arritmias Cardíacas em Análise Transversal do Estudo ELSA-Brasil

Kamilla Maria Araújo Brandão Rajão

Antônio Luiz Pinho Ribeiro

Valéria Maria Azeredo Passos

Isabela Judith Martins Benseñor

Pedro Guatimosim Vidigal

Cleber Pinto Camacho

Maria de Fátima Haueisen Sander Diniz

Dra. Kamilla Maria Araújo Brandão Rajão







Resumo

Fundamento: A associação de disfunção tireoidiana subclínica (DST) com arritmias cardíacas permanece controversa, particularmente na população não idosa.

Objetivo: Investigar se a DST está associada a arritmias cardíacas em uma coorte de adultos de meia-idade e idosos.

Métodos: Dados da linha de base do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto, ELSA-Brasil (35-74 anos) foram coletados de 2008 a 2010. Após exclusão de hipo e hipertireoidismo clínicos, os participantes foram categorizados como eutireoidismo (TSH = 0,4 a 4,0 μU/mL), hipotireoidismo subclínico (TSH > 4,0 μU/mL; T4L = 0,8-1,9 ng/dL) e hipertireoidismo subclínico (TSH <0,4 μU/mL; T4L = 0,8 a 1,9 ng/dL). As prevalências de taquicardia (Frequência cardíaca [FC] > 100) e bradicardia (FC < 60), fibrilação atrial/flutter, distúrbios de condução, extrassístoles, baixa voltagem do QRS, intervalos QT prolongados e ritmo supraventricular persistente foram comparadas entre os grupos após ajuste por idade, sexo, comorbidades, estilo de vida, índice de massa corporal e uso de medicamentos.

Resultados: Foram analisados os dados da FC de 13.341 participantes (52% do sexo feminino; idade média de 51 anos) e das leituras de 11.795 ECG; 698 participantes (5,23%) foram classificados como hipotireoidismo subclínico, 193 (1,45%) como hipertireoidismo subclínico e 12.450 (93,32%) como eutireoidismo. A prevalência de distúrbios de ritmo e condução foi semelhante, assim como as médias de FC, mesmo nos subgrupos com TSH < 0,01 UI/mL ou > 10,0 UI/mL ou em idosos. Distúrbios de condução foram menos prevalentes em idosos com hipotireoidismo subclínico (OR ajustado = 0,44; IC95% 0,24-0,80).

Conclusão: Neste grande estudo multicêntrico e transversal, a DST não foi associada a arritmias cardíacas, mas uma avaliação longitudinal é necessária. (Arq Bras Cardiol. 2019; 112(6):758-766)

Palavras-chave: Doenças da Glândula Tireoide/complicações; Processos Patológicos; Tireotropina (TSH); Arritmias Cardíacas; Adultos.