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Volume 112, Nº4, Abril 2019

   

DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/abc.20190032

ARTIGO ORIGINAL

Proposta de um Escore Inflamatório de Citocinas e Adipocinas Plasmáticas Associado à Hipertensão Resistente, mas Dependente dos Parâmetros de Obesidade

Ana Paula de Faria

Alessandra Mileni Versuti Ritter

Carolina Souza Gasparetti

Nathália Batista Corrêa

Veridiana Brunelli

Aurélio Almeida

Nayara Fraccari Pires

Rodrigo Modolo

Heitor Moreno Junior

Ana Paula de Faria







Figura 1 – Escore inflamatório calculado entre indivíduos com hipertensão leve a moderada (HT) e hipertensão arterial resistente (HAR) [3 (2-5) vs. 4 (2-6), p = 0,02, respectivamente]. O EI de cada participante foi calculado como a soma do escore de cada citocina pró-inflamatória – TNF-alfa, interleucinas (IL) -6, -8, -10 – da qual subtraiu-se o escore de cada citocina anti-inflamatória (adiponectina e IL-10). *p < 0,05 vs. HT





Resumo

Fundamento: Evidências indicam que a inflamação sistêmica subclínica está presente na hipertensão arterial resistente (HAR).

Objetivo: Desenvolver uma medida que integra citocinas envolvidas na fisiopatologia da HAR.

Métodos: Indivíduos com HAR (n = 112) e indivíduos com hipertensão leve a moderada (HT) (n = 112) foram estudados em delineamento transversal. Valores de citocinas/adipocinas plasmáticas [TNF-alfa, interleucinas (IL)-6, -8, -10, leptina e adiponectina] foram divididos em tercis, e lhes atribuído um escore variando de 1 (tercil mais baixo) a 3 (tercil mais alto). O escore inflamatório (EI) de cada participante foi calculado como a soma do escore de cada citocina pró-inflamatória da qual subtraiu-se o escore de cada citocina anti-inflamatória (adiponectina e IL-10). O nível de significância aceito foi alfa = 0,05.

Resultados: O EI foi mais alto nos indivíduos com HAR em comparação a indivíduos com HT [4 (2-6) vs. 3 (2-5); p = 0,02, respectivamente]. O EI correlacionou-se positivamente com parâmetros de gordura corporal, tais como índice de massa corporal (r = 0,40; p < 0,001), circunferência da cintura (r = 0,30; p < 0,001) e massa gorda avaliada por bioimpedância (r = 0,31; p < 0,001) em todos os indivíduos hipertensos. Análises de regressão logística mostraram que o EI foi um preditor independente de HAR (OR = 1,20; p = 0,02), independentemente de idade, sexo e raça; porém, o modelo perdeu significância estatística após ajuste para os parâmetros de gordura corporal.

Conclusão: Um estado de inflamação subclínica definida pelo EI incluindo TNF-alfa, IL-6, IL-8, IL-10, leptina e adiponectina está associado com indivíduos obesos com HAR. Além disso, o escore correlaciona-se com parâmetros de obesidade, independentemente do grau de hipertensão. O EI pode ser usado na avaliação de condições que envolvem inflamação subclínica, tal como HAR relacionada à obesidade. O estudo também destaca a forte relação entre obesidade e inflamação. (Arq Bras Cardiol. 2019; 112(4):383-389)

Palavras-chave: Hipertensão/fisiopatologia; Obesidade; Inflamação; Citocinas; Probabilidade; Fatores de Risco.