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Volume 112, Nº4, Abril 2019

   

DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/abc.20190031

ARTIGO ORIGINAL

Mulheres com Síndrome do Ovário Policístico Apresentam menor Sensibilidade Barorreflexa, a Qual Pode Estar Associada ao Aumento da Gordura Corporal

Stella Vieira Philbois

Ada Clarice Gastaldi

Tábata de Paula Facioli

Ana Carolina Sanches Felix

Rosana Maria dos Reis

Thauane Hanna Fares

Hugo Celso Dutra de Souza



Resumo

Fundamento: As mulheres com síndrome do ovário policístico (SOP) apresentam alta prevalência de obesidade e alterações no controle autonômico cardiovascular, principalmente modificações na modulação autonômica da variabilidade da frequência cardíaca (VFC). No entanto, existem poucos estudos sobre outros parâmetros de controle autonômico, como a variabilidade da pressão arterial (VPA) e a sensibilidade barorreflexa (SBR). Além disso, ainda há dúvidas sobre a real contribuição da obesidade na alteração do controle autonômico dessas mulheres.

Objetivo: Investigar as alterações da modulação autonômica da VPA e SBR em mulheres com SOP, bem como avaliar se essas alterações se devem à SOP ou ao aumento da gordura corporal.

Métodos: Foram estudadas 30 voluntárias com peso normal [índice de massa corporal (IMC) < 25 kg/m2] sem SOP (grupo controle) e 60 voluntárias com SOP, divididas em: mulheres com peso normal (IMC < 25 kg/m2, N = 30) e mulheres obesas (IMC > 30 kg/m2, N = 30). Todas as voluntárias foram submetidas à avaliação antropométrica, com registro de parâmetros hemodinâmicos e cardiorrespiratórios em repouso e durante exercício físico, e análise da VFC, VPA e SBR espontânea. As diferenças de p < 5% (p < 0,05) foram consideradas estatisticamente significantes.

Resultados: Em relação aos grupos com peso normal, não houve diferenças nos parâmetros autonômicos avaliados. A comparação entre os grupos SOP mostrou que ambos os grupos não diferiram na análise da VPA. No entanto, o grupo SOP obeso apresentou menores valores de SBR espontânea e VFC nas oscilações de baixa e alta frequências, em unidades absolutas. Conclusão: Nossos resultados sugerem que a obesidade pouco influenciou a VFC em mulheres com SOP, mas pode afetar a SBR espontânea. (Arq Bras Cardiol. 2019; 112(4):424-429)

Palavras-chave: Obesidade; Hipertensão; Síndrome de Ovário Policístico/fisiopatologia; Adiposidade; Distribuição da Gordura Corporal; Sistema Nervoso Autônomo; Frequência Cardíaca.