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Volume 111, Nº 6, Dezembro 2018

   

DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/abc.20180167

ARTIGO ORIGINAL

Comparação de Parâmetros Cardíacos e Vasculares em Powerlifters e Corredores de Longa Distância: Um Estudo Transversal Comparativo

Diego Vidaletti Silva

Gustavo Waclawovsky

Ana Beatriz Kramer

Cinara Stein

Bruna Eibel

Guilherme Brasil Grezzana

Maximiliano Isoppo Schaun

Alexandre Machado Lehnen



Resumo

Fundamento: Remodelamento cardíaco é uma resposta específica ao tempo e modalidade de treinamento. Nós hipotetizamos que atletas de treinamento de força de alta intensidade, por longo tempo, mostram dano à estrutura cardíaca e/ou vascular.

Objetivo: Comparar as características cardíacas (estrutura e funcionalidade) e função vascular (dilatação fluxo-mediada, DFM e resistência vascular periférica, RVP) em powerlifters e corredores.

Métodos: Nós avaliamos 40 atletas de alto-desempenho (powerlifters [PG], n = 16; corredores [RG], n = 24). Mensuramos estrutura e funcionalidade cardíaca (ecocardiografia), pressão arterial sistólica e diastólica (PAS/PAD), DFM, RVP, força máxima (agachamento, supino e levantamento terra) e consumo máximo de oxigênio (ergoespirometria). Foi utilizado teste T de Student e correlação linear de Pearson (p < 0,05).

Resultados: PG mostrou maior PAS/PAD (p < 0,001), espessura de septo interventricular (p < 0,001), parede posterior (p < 0,001) e massa do VE (p < 0,001); após ajuste pela superfície corporal (BSA), não houve diferença na massa do VE. O volume do VE, onda E, onda e’, e a razão E/e’ foram similares entre os grupos. O volume do AE (p = 0,016), mesmo ajustado pela BSA (p < 0,001) foi menor no PG. A função sistólica (volume sistólico final e fração de ejeção) e DFM foram similares nos grupos. Contudo, foi observada maior RVP no PG (p = 0,014). Houve uma correlação direta entre as alterações cardíacas e a carga total levantada no PG.

Conclusões: As adaptações cardiovasculares são dependentes da modalidade e os valores encontrados na estrutura do coração não são acompanhados por prejuízo na funcionalidade. Entretanto, um leve aumento na pressão arterial pode estar associado com maior RVP e não com a função endotelial. (Arq Bras Cardiol. 2018; 111(6):772-781)

Palavras-chave: Hipertrofia Ventricular; Exercício; Técnicas de Exercício e Movimento; Pressão Arterial; Treinamento de Resistência; Corrida/fisiologia.