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Volume 111, Nº 5, Novembro 2018

   

DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/abc.20180161

ARTIGO ORIGINAL

Diferenças por Sexo na Ansiedade e Depressão após Infarto Agudo do Miocárdio

Pranas Serpytis

Petras Navickas

Laura Lukaviciute

Alvydas Navickas

Ramunas Aranauskas

Rokas Serpytis

Ausra Deksnyte

Sigita Glaveckaite

Zaneta Petrulioniene

Robertas Samalavicius





Resumo

Fundamento: Os pacientes com doença cardíaca, depressão e transtornos de ansiedade são altamente prevalentes e persistentes. A depressão e a ansiedade desempenham um papel significativo na progressão da doença cardiovascular e são reconhecidas como fatores de risco independentes. No entanto, há muito pouca análise relacionada ao gênero em relação às doenças cardiovasculares e transtornos emocionais.

Objetivo: Avaliar os níveis de depressão e ansiedade em pacientes com infarto do miocárdio (IM) no primeiro mês após o IM e avaliar a relação entre os fatores de risco para doença cardiovascular, indicadores demográficos e distúrbios emocionais, bem como determinar se existem diferenças ou semelhanças baseadas no sexo do paciente.

Métodos: Esta pesquisa incluiu questões demográficas, características clínicas, questões sobre fatores de risco de doença cardiovascular e a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão [HADS]. Todos os testes estatísticos foram bilaterais, e valores de p < 0,05 foram considerados estatisticamente significativos.

Resultados: Determinou-se que 71,4% dos pacientes do sexo feminino e 60,4% dos pacientes do sexo masculino apresentavam sintomatologia concomitante de ansiedade e/ou depressão (p = 0,006). Utilizando os homens como o ponto de referência, as mulheres mostraram um risco elevado de apresentar qualquer distúrbio psiquiátrico (odds ratio, 2,86, p = 0,007). O escore da HADS-D foi notavelmente maior nas mulheres (8,66 ± 3,717) do que nos homens (6,87 ± 4,531, p = 0,004). Foi determinado que os pacientes do sexo masculino que desenvolveram depressão eram em média mais jovens do que aqueles sem depressão (p = 0,005).

Conclusões: As mulheres demonstraram risco mais elevado de apresentar distúrbio de ansiedade e/ou depressão em comparação aos homens. Além disso, a gravidade da depressão aumentou com a idade entre os homens, enquanto a gravidade da ansiedade diminuiu. Em contraste, a gravidade da depressão e ansiedade foram semelhantes para mulheres de todas as idades após o IM. Um maior escore de depressão foi associado com diabetes e inatividade física, e o maior escore de ansiedade foi associado ao tabagismo nos homens. A hipercolesterolemia foi associada tanto aos maiores escores de ansiedade e depressão, enquanto um maior escore de depressão foi associado à inatividade física entre mulheres. (Arq Bras Cardiol. 2018; 111(5):676-683)

Palavras-chave: Doenças Cardiovasculares; Infarto do Miocárdio; Ansiedade; Depressão; Fatores de Risco; Identidade de Gênero.