Volume 111, Nº 5, Novembro 2018
DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/abc.20180188
ARTIGO ORIGINAL
Avaliação de Alterações Cardíacas Subclínicas e Atraso Eletromecânico Atrial por Ecocardiografia com Doppler Tecidual em Pacientes com Incidentaloma Adrenal Não Funcionante
Gulizar Sokmen
Murat Sahin
Dilek Tuzun
Abdullah Sokmen
Hanife Bolat
Ayten Oguz
Adem Doganer
Huseyin Nacar
Kamile Gul
Resumo
Fundamento: A maioria das massas adrenais descobertas incidentalmente, denominadas incidentaloma adrenal (IA), são adenomas adrenais não funcionantes. O manejo adequado da IA ainda é um tema de debate, e por isso é necessário investigar suas morbidades associadas. Entretanto, dados referentes a alterações cardíacas morfológicas e funcionais são limitados nesse grupo.
Objetivo: Neste estudo, objetivamos avaliar as características estruturais e funcionais cardíacas e as propriedades de condução atrial em pacientes com IA não funcionante.
Métodos: Trinta pacientes com IA não funcionante e 46 controles adequadamente pareados foram incluídos no estudo. Após análise hormonal e bioquímica, todos os participantes foram submetidos a ecocardiograma transtorácico para obtenção de parâmetros sistólicos e diastólicos de ambos os ventrículos, além dos tempos de condução atrial pelo ecocardiograma com Doppler tecidual. Os dados foram analisados com o Statistical Package for the Social Sciences (SPSS, Chicago, IL, Estados Unidos), versão 17.0 para Windows. P < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo.
Resultados: O índice de massa do ventrículo esquerdo (VE) e o índice de desempenho miocárdico do VE foram significativamente aumentados no grupo IA. Entre os tempos de condução atrial, os atrasos eletromecânicos intra- e interatriais foram significativamente prolongados em pacientes com IA não funcionante. Outros achados laboratoriais e ecocardiográficos foram semelhantes entre os grupos.
Conclusão: Nosso estudo revelou que os tempos de condução intra- e interatrial estavam prolongados e o índice de massa do VE estava aumentado em pacientes com IA não funcionante. Esses achados podem ser marcadores de envolvimento cardíaco subclínico e de tendência a complicações cardiovasculares. Um acompanhamento rigoroso é necessário para indivíduos com IA não funcionante, devido ao aumento do risco cardiovascular. (Arq Bras Cardiol. 2018; 111(5):656-663)
Palavras-chave: Achados Incidentais; Diástole/função; Adenoma Adrenocortical; Diagnóstico por Imagem; Síndrome Metabólica; Distúrbios do Sistema de Condução Cardíaca.