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Volume 111, Nº 4, Outubro 2018

   

DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/abc.20180162

ARTIGO ORIGINAL

Fatores Associados com o Manejo Inadequado de Antiagregantes Plaquetários em Perioperatório de Cirurgias não Cardíacas

Juliana Maria Dantas Mendonça Borges

Pamella de Assis Almeida

Mariana Martins Gonzaga do Nascimento

José Augusto Soares Barreto Filho

Mario Borges Rosa

Antonio Carlos Sobral Sousa





Resumo

Fundamento: As diretrizes atuais apresentam recomendações para o manejo de antiagregantes plaquetários em perioperatório, entretanto, na prática clínica diária há falta de padronização das condutas médicas.

Objetivos: Avaliar os fatores associados ao manejo inadequado de antiagregantes plaquetários em perioperatório de cirurgias não cardíacas.

Métodos: Estudo transversal, realizado de outubro de 2014 a outubro de 2016, em hospital. A variável dependente do estudo foi a terapia divergente das recomendações das diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). As variáveis independentes incluíram algumas características, os responsáveis pelo manejo e as causas de não adesão às diretrizes. As variáveis foram incluídas no modelo multivariado. A análise se baseou no valor de oddsratio (OR) e seu respectivo intervalo de confiança (IC) de 95%, estimados por regressão logística com um nível de significância de 5%.

Resultados: A amostra foi composta de pacientes adultos submetidos a cirurgias não cardíacas e que faziam uso de ácido acetilsalicílico (AAS) ou clopidogrel (n = 161). O manejo esteve em desacordo com aquele preconizado pelas diretrizes em 80,75% da amostra. Os cirurgiões realizaram o maior número (n = 63) de orientações em desacordo. Após a análise multivariada, observou-se que os pacientes com nível de escolaridade superior (OR = 0,24; IC95% 0,07 0,78) e aqueles com episódio prévio de infarto agudo do miocárdio (IAM) (OR = 0,18; IC95% 0,04 0,95) possuem maior chance de utilizar a terapia em concordância com as recomendações.

Conclusão: Associação positiva entre o nível de escolaridade dos pacientes ou histórico prévio de IAM com o manejo do uso de AAS e clopidogrel em perioperatório de cirurgias não cardíacas. Porém as divergências nas condutas reforçam a necessidade de definição de protocolos internos. (Arq Bras Cardiol. 2018; 111(4):596-604)

Palavras-chave: Cirurgia/assistência perioperatória; Cuidados Intraoperatórios; Agregação Plaquetária; Adultos; Infarto do Miocárdio; Escolaridade.