Volume 111, Nº 4, Outubro 2018
DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/abc.20180163
ARTIGO ORIGINAL
Efeitos da Rosuvastatina sobre Apolipoproteína J em Artérias de Ratos Lesionadas com Balão
Ning Yang
Bo Dong
Jinyu Yang
Yang Li
Lu Kou
Yue Liu
Qin Qin
Figura 2 – Coloração de hematoxilina-eosina (HE) no grupo modelo e no grupo intervenção controle em 1 semana (sem), 2 semanas, 3 semanas e 4 semanas após lesão com balão de artérias carótidas de ratos; aumento de 40x.
Resumo
Fundamento: A reestenose após intervenção coronária percutânea (ICP) na doença coronariana continua um problema não solucionado. Estudos relataram que os níveis de clusterina (CLU), também chamada de apolipoproteína (Apo) J, encontram-se elevados na progressão da reestenose pós-angioplastia e na aterosclerose. Contudo, seu papel na hiperplasia neointimal ainda é controverso.
Objetivo: Elucidar o papel da Apo J na hiperplasia neointimal na artéria carótida utilizando um modelo experimental com ratos in vivo, com e sem intervenção com rosuvastatina.
Métodos: ratos Wistar machos foram divididos aleatoriamente em três grupos – grupo controle (n = 20), grupo modelo (n = 20), e grupo intervenção com estatina (n = 32). Os ratos no grupo intervenção receberam 10 mg/kg de rosuvastatina. Um cateter Fogarty 2 F foi introduzido para induzir lesão vascular. A formação de neoíntima foi analisada 1, 2, 3 e 4 semanas após lesão com balão. Concentrações de Apo J foram medidas por PCR em tempo real, imuno-histoquímica e western blotting.
Resultados: A razão área íntima/média (I/M) aumentou após a lesão com balão e atingiu o valor máximo 4 semanas pós-lesão no grupo modelo; observou-se um pequeno aumento na I/M na semana 2, que cessou após a administração de rosuvastatina. Os níveis de mRNA e proteína da Apo J nas artérias carótidas aumentaram significativamente após administração de rosuvastatina em comparação ao grupo modelo, atingindo o máximo na semana 2, mais cedo em comparação ao grupo modelo (semana 3).
Conclusão: A Apo J atuou como reagente de fase aguda após lesão com balão nas artérias carótidas de ratos. A rosuvastatina pode reduzir a formação de neoíntoma por aumento de Apo J. Nossos resultados sugerem que a Apo J exerce um papel protetor na reestenose após lesão com balão em ratos. (Arq Bras Cardiol. 2018; 111(4):562-568)
Palavras-chave: Doença da Artéria Coronária; Intervenção Coronária Percutânea; Rosuvastatina Cálcica; Apolipoproteína J; Reestenose Coronária; Ratos.