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Volume 110, Nº 6, Junho 2018

   

DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/abc.20180099

ARTIGO ORIGINAL

Prevenção de Morte Súbita Cardíaca em Doentes com Miocardiopatia Hipertrófica: O Que Mudou nas Guidelines?

Liliana Reis

Rogerio Teixeira

Andreia Fernandes

Inês Almeida

Marta Madeira

Joana Silva

Ana Botelho

João Pais

José Nascimento

Lino Gonçalves

Dra. Liliana Reis







Figura 1 – Comparação de estratificação de risco de MSC por MCH pelas recomendações 2011 versus 2014.





Resumo

Fundamento: As recomendações de miocardiopatia hipertrófica (MCH) da Sociedade Europeia de Cardiologia aconselham a estimativa do risco de morte súbita cardíaca (MSC) como parte da avaliação clínica e decisão de implantação de cardioversor desfibrilador implantável (CDI).

Objetivo: Comparar a estratificação de risco de MSC de acordo com as recomendações de 2011 e 2014.

Métodos: Estudo retrospectivo de 105 pacientes com diagnóstico de MCH. Avaliou-se a recomendação para implantação de CDI conforme as recomendações de 2011 e 2014. A análise estatística foi realizada usando o software SPSS versão 19.0.0.2®. Os testes realizados foram bilaterais, sendo considerado o nível de significância de 5% (p< 0,05).

Resultados: Conforme as recomendações ACCF/AHA 2011, 39,0% dos pacientes tinham indicação para implantação de CDI (nível de evidência classe IIa). Conforme as recomendações de 2014, apenas 12,4% dos pacientes apresentam indicação classe IIa para implantação de CDI. Comparando os dois modelos de estratificação de risco de MSC em MCH, verificou-se uma redução significativa na proporção de pacientes com indicação para implantação de CDI (p < 0,001). Do total de 41 pacientes classificados como IIa segundo as recomendações de 2011, 68,3% deles recebeu uma classificação diferente em 2014.

Conclusão: No estudo foram encontradas diferenças significativas quando comparados os métodos de estratificação de risco de MSC para implantação de CDI. O escore de risco atual parece identificar muitos pacientes de baixo risco, que não são candidatos à implantação de CDI. A utilização desse novo escore resulta numa redução significativa do número de CDI implantados. (Arq Bras Cardiol. 2018; 110(6):524-531)

Palavras-Chave: Morte Súbita Cardíaca / prevenção & controle, Cardiomiopatia Hipertrófica / complicações, Desfibriladores Implantáveis / tendências, Síncope, Diagnóstico por Imagem.