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Volume 110, Nº 5, Maio 2018

   

DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/abc.20180069

ARTIGO ORIGINAL

Ablação de Fibrilação Atrial Paroxística em Mulheres: Compreendendo a Diferença entre os Gêneros

Gabriel Odozynski

Alexander Romeno Janner Dal Forno

Andrei Lewandowski

Hélcio Garcia Nascimento

André d'Avila



Figura 1 – Curvas de Kaplan-Meier para recorrência clínica pós-ablação por cateter categorizada por gênero; Teste de Log-Rank para comparação das curvas de recorrência entre os grupos (HxM). p-valor = 0,89.





Resumo

Fundamento: A ablação por cateter da fibrilação atrial (FA) é realizada com menor frequência em mulheres. Além disso, há informações divergentes na literatura em relação à eficácia e segurança do procedimento ablativo no sexo feminino.

Objetivos: O objetivo deste estudo é comparar as características clínicas e desfechos em homens e mulheres submetidos à ablação de fibrilação atrial paroxística (FAP). Métodos: Estudo do tipo coorte de pacientes submetidos ao primeiro procedimento de ablação por cateter de FAP refratária a drogas antiarrítmicas. As informações foram retiradas dos prontuários dos pacientes por meio de instrumento digital de coleta e indexadas a uma base de dados online (Syscardio®). As características clínicas e procedimentos foram comparados entre gêneros (H x M), sendo adotado nível de significância estatística de 5%. O desfecho primário associado à eficácia foi ausência de arritmia atrial ao longo do seguimento com único procedimento.

Resultados: 225 pacientes foram incluídos no estudo, 64 (29%) mulheres e 161 (71%) homens. Mulheres apresentaram mais sintomas devido à FA segundo o escore CCS-SAF (1,8 ± 0,8H x 2,3 ± 0,8M p = 0,02) e maior escore CHADS2 em relação aos homens (0,9 ± 0,8H x 1,2 ± 1M). A recorrência pós-ablação ocorreu em 20% dos pacientes, não havendo diferença associada ao gênero (21%H x 20%M p = 0,2). A taxa de complicações foi inferior a 3%, tanto para homens como mulheres (p = 0,8).

Conclusão: Mulheres submetidas ao primeiro procedimento de ablação por cateter de FAP apresentam taxa de complicação e desfecho clínico semelhante comparado aos homens. Estes achados sugerem que a atual subutilização da ablação de FA por cateter em mulheres possa representar uma discrepância no cuidado. (Arq Bras Cardiol. 2018; 110(5):412-417)

Palavras-chave: Arritmias Cardíacas; Fibrilação Atrial; Ablação por Cateter; Eletrofisiologia Cardíaca; Gênero.