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Volume 110, Nº 4, Abril 2018

   

DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/abc.20180054

ARTIGO ORIGINAL

O Produto de Acumulação Lipídica está Associado a um Perfil Aterogênico de Lipoproteínas em Indivíduos Brasileiros?

Flavia De Conti Cartolano

Caroline Pappiani

Maria Camila Prupper de Freitas

Antonio M. Figueiredo Neto

Antônio Augusto Ferreira Carioca

Nágila Raquel Teixeira Damasceno





Resumo

Fundamento: O produto de acumulação lipídica (LAP), um instrumento simples e de baixo custo, é um novo biomarcador de acúmulo de gordura central e representa um marcador substituto potencial para o perfil aterogênico de lipoproteínas. No entanto, sua associação com subfrações de lipoproteínas ainda não foi descrita na literatura.

Objetivo: Determinar se o LAP pode ser usado como um marcador de tamanho da lipoproteína de baixa densidade (LDL) e de alta densidade (HDL) em indivíduos brasileiros.

Métodos: Este estudo transversal incluiu 351 pacientes de ambos os sexos e idade entre 30 e 74 anos. Dados clínicos e sociodemográficos e história familiar de doenças foram avaliados. O tamanho das lipoproteínas, e níveis de colesterol total (CT), lipoproteínas, apolipoproteína AI e B (APO AI/APO B), glicose, ácidos graxos não esterificados (AGNEs) e insulina, e índice de resistência insulínica (HOMA-IR) foram avaliados em amostras de sangue. O LAP foi calculado utilizando-se as fórmulas (circunferência da cintura (cm]-58) × (triglicerídeos[mmol/L]) para mulheres e (circunferência da cintura[cm]-65) × (triglicerídeos [mmol/L]) para homens. Associações entre LAP e parâmetros metabólicos foram testadas por tendência linear (modelo linear generalizado, GLM) antes e após ajustes por fatores de confusão (sexo, idade, tabagismo, uso de estatinas, fibratos e hipoglicemiantes) ao nível de significância de p < 0,05).

Resultados: LAP apresentou uma associação positiva com CT, APO B, AGNEs, glicose, insulina, HOMA-IR, e uma associação negativa com HDL-C. Maior acúmulo de gordura central correlacionou-se com maior porcentagem de HDL intermediária e de partículas pequenas de LDL e HDL, e menor porcentagem de HDL grande. O tamanho da LDL também era reduzido em valores de LAP mais elevados. O impacto negativo do LAP foi mantido após ajuste para múltiplas variáveis. Conclusão: o LAP esteve fortemente associado com o perfil aterogênico de subfrações de lipoproteínas, independetemente dos fatores de confusão. (Arq Bras Cardiol. 2018; 110(4):339-347)

Palavras-chave: Doenças Cardiovasculares; Lipoproteínas HDL; Lipoproteínas LDL; Resistência à Insulina; Dislipidemias; Adultos; Fatores de Risco.