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Volume 110, Nº 3, Março 2018

   

DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/abc.20180053

ARTIGO ORIGINAL

Treinamento Físico Atenua a Atividade Simpática e Melhora a Morfometria das Arteríolas Esplênicas em Ratos Espontaneamente Hipertensos

Marina de Paiva Lemos

Gustavo Ribeiro da Mota

Moacir Marocolo

Carla Cristina de Sordi

Rosângela Soares Chriguer

Octávio Barbosa Neto







Figura 3 – Coeficiente de correlação entre efeito simpático e espessura da camada externa da parede (A), efeito simpático e espessura total (B), índice simpatovagal e espessura da camada externa da parede (C), índice simpatovagal e espessura total (D).





Resumo

Fundamento: Alterações na estrutura dos vasos de resistência contribuem para elevar a resistência vascular sistêmica na hipertensão, estando ligadas à hiperatividade simpática e lesões em órgãos-alvo.

Objetivo: Avaliar os efeitos do treinamento físico nos parâmetros hemodinâmicos e autônomos, assim como as lesões arteriolares esplênica em ratos machos Wistar Kyoto (WKY) e espontaneamente hipertensos (SHR). Métodos: Ratos normotensos sedentários (WKYS) e treinados (WKYT), e ratos hipertensos sedentários (SHRS) e treinados (SHRT) foram incluídos neste estudo. Após nove semanas de aplicação do protocolo experimental (treinamento de natação ou controle sedentário), registraram-se a pressão arterial (PA) e a frequência cardíaca (FC) dos ratos em movimento livre. Avaliamos o controle autônomo do coração através de bloqueio autônomo simpático e vagal. Análises morfométricas das arteríolas esplênicas foram realizadas. Adotou-se o nível de significado estatístico de p < 0,05.

Resultados: Observou-se bradicardia de repouso nos dois grupos treinados (WKYT: 328,0 ± 7,3 bpm; SHRT: 337,0 ± 5,2 bpm) em comparação aos seus respectivos grupos sedentários (WKYS: 353,2 ± 8,5 bpm; SHRS: 412,1 ± 10,4 bpm; p < 0,001). O treinamento físico atenuou a PA média apenas no grupo SHRT (125,9 ± 6,2 mmHg vs. 182,5 ± 4,2 mmHg no SHRS; p < 0,001). O grupo WKYT mostrou maior efeito vagal (ΔFC: 79,0 ± 2,3 bpm) em comparação ao grupo WKYS (ΔFC: 67,4 ± 1,7 bpm; p < 0,05). Exercício crônico diminuiu os efeitos simpáticos em SHRT (ΔFC: -62.8 ± 2.8 bpm) em comparação a SHRS (ΔFC: -99,8 ± 9,2 bpm; p = 0,005). A espessura da parede das arteríolas esplênicas nos SHR foi reduzida pelo treinamento (332,1 ± 16,0 μm2 nos SHRT vs. 502,7 ± 36,3 μm2 nos SHRS; p < 0,05).

Conclusões: O treinamento físico atenua a atividade simpática e a PA em SHR, o que pode contribuir para melhorar a morfologia das arteríolas esplênicas. (Arq Bras Cardiol. 2018; 110(3):263-269)

Palavras-chave: Exercício; Esforço Físico; Hipertensão; Resistência Vascular; Arteríolas; Ratos.