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Volume 115, Nº 2, Agosto 2020

   

DOI: https://doi.org/10.36660/abc.20190166

ARTIGO ORIGINAL

Registro Multicêntrico de Takotsubo (REMUTA) – Aspectos Clínicos, Desfechos Intra-Hospitalares e Mortalidade a Longo Prazo

Gustavo Luiz Gouvêa de Almeida Junior

João Mansur Filho

Denilson Campos de Albuquerque

Sergio Salles Xavier

Álvaro Pontes

Elias Pimentel Gouvêa

Alexandre Bahia Barreiras Martins

Nágela S. V. Nunes

Lilian Vieira Carestiato

João Luiz Fernandes Petriz

Armando Márcio Gonçalves Santos

Bruno Santana Bandeira

Bárbara Elaine de Jesus Abufaiad

Luciana da Camara Pacheco

Maurício Sales de Oliveira

Paulo Eduardo Campana Ribeiro Filho

Pedro Paulo Nogueres Sampaio

Gustavo Salgado Duque

Luiz Felipe Camillis

André Casarsa Marques

Francisco Carlos Lourenço Jr.

José Ricardo Palazzo

Cláudio Ramos da Costa

Bibiana Almeida da Silva

Cleverson Neves Zukowski

Romulo Ribeiro Garcia

Fernanda de Carvalho Zonis

Suzana Andressa Morais de Paula

Carolina Gravano Ferraz Ferrari

Bruno Soares da Silva Rangel

Roberto Muniz Ferreira

Bárbara Ferreira da Silva Mendes

Isabela Ribeiro Carvalho de Castro

Leonardo Giglio Gonçalves de Souza

Luiz Henrique dos Santos Araújo

Alexandre Giani



Figura 2 – Fármacos utilizados durante a internação. Espirono: espironolactona; Nora: noradrenalina; IECA: inibidor do receptor da angiotensina; BRA: bloqueador do receptor da angiotensina.





Resumo

Fundamento: A síndrome de takotsubo (takotsubo) é uma forma de cardiomiopatia adquirida. Dados nacionais sobre essa condição são escassos. O Registro REMUTA é o primeiro a incluir dados multicêntricos dessa condição no nosso país.

Objetivo: Descrever as características clínicas, prognóstico, tratamento intra-hospitalar e mortalidade hospitalar e em 1 ano de seguimento.

Métodos: Estudo observacional, retrospectivo, tipo registro. Incluídos pacientes internados com diagnóstico de takotsubo ou que desenvolveram esta condição durante internação por outra causa. Os desfechos avaliados incluíram fator desencadeador, análise dos exames, uso de medicações, complicações e óbito intra-hospitalar e em 1 ano de seguimento. O nível de significância adotado foi de 5%.

Resultados: Foram incluídos 169 pacientes, em 12 centros no Estado do Rio de Janeiro. A idade média foi de 70,9 ± 14,1 anos e 90,5% eram do sexo feminino; 63% dos casos foram de takotsubo primário e 37% secundário. Troponina I foi positiva em 92,5% dos pacientes e a mediana de BNP foi de 395 (176,5; 1725). Supradesnivelamento do segmento ST esteve presente em 28% dos pacientes. A fração de ejeção do ventrículo esquerdo teve mediana de 40 (35; 48)%. Observamos taxa de 25,7% de ventilação mecânica invasiva e 17,4% de choque. Suporte circulatório mecânico foi utilizado em 7,7%. A mortalidade intra-hospitalar foi de 10,6% e a mortalidade ao final de 1 ano foi de 16,5%. Takotsubo secundário e choque cardiogênico foram preditores independentes de mortalidade.

Conclusão: Os resultados do REMUTA mostram que takotsubo não se trata de patologia benigna como se pensava, especialmente no grupo de takotsubo secundário que acarreta elevada taxa de complicações e de mortalidade. (Arq Bras Cardiol. 2020; 115(2):208-213)