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Volume 115, Nº 2, Agosto 2020

   

DOI: https://doi.org/10.36660/abc.20190243

ARTIGO ORIGINAL

Integral Velocidade-Tempo da Insuficiência Aórtica: Um Novo Marcador Ecocardiográfico na Avaliação da Gravidade da Insuficiência Aórtica

José Abellán-Huerta

Juan Carlos Bonaque-González

Ramón Rubio-Patón

José García-Gómez

Santiago Egea-Beneyto

Federico Soria-Arcos

Luciano Consuegra-Sánchez

Rosa María Soto-Ruiz

José Luis Ramos- Martín

Juan Antonio Castillo-Moreno



Figura 1 – Medida da integral velocidade-tempo do fluxo da insuficiência aórtica a partir do corte apical 5 câmaras. MnPG: gradiente médio de pressão; PG: gradiente máximo de pressão; Vmax: velocidade máxima do fluxo da insuficiência aórtica; VTI: integral velocidade-tempo da insufic iência aórtica.





Resumo

Fundamento: A ecocardiografia é essencial para o diagnóstico e a quantificação da insuficiência aórtica (IA). A integral velocidade-tempo (IVT) do fluxo da IA pode estar relacionada à gravidade da IA.

Objetivo: Este estudo tem por objetivo avaliar se a IVT é um marcador ecocardiográfico de gravidade da IA.

Métodos: Foram incluídos todos os pacientes com IA nativa moderada ou grave e ritmo sinusal que visitaram o nosso laboratório de imagem entre janeiro e outubro de 2016. Todos os indivíduos foram submetidos a um ecocardiograma completo com medição da IVT da IA. A associação entre a IVT e a gravidade da IA foi analisada por regressão logística e modelos de regressão multivariada. Valores p<0,05 foram considerados estatisticamente significativos.

Resultados: Entre os 62 pacientes incluídos (68,5±14,9 anos; 64,5%: IA moderada; 35,5%: IA grave), a IVT foi maior em indivíduos com IA moderada em comparação àqueles com IA grave (2,2±0,5 m versus 1,9±0,5 m, p=0,01). Pacientes com IA grave apresentaram valores maiores de diâmetro diastólico final do ventrículo esquerdo (DDFVE) (56,1±7,1 mm versus 47,3±9,6 mm, p=0,001), volume diastólico final do ventrículo esquerdo (VDFVE) (171±36,5 mL versus 106±46,6 mL, p<0,001), orifício regurgitante efetivo (0,44±0,1 cm2 versus 0,18±0,1 cm2, p=0,002) e volume regurgitante (71,3±25,7 mL versus 42,5±10,9 mL, p=0,05), assim como menor fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) (54,1±11,2% versus 63,2±13,3%, p=0,012). A IVT mostrou ser um marcador de gravidade da IA, independentemente do DDFVE, VDFVE e FEVE (odds ratio 0,160, p=0,032) e da frequência cardíaca e pressão arterial diastólica (PAD) (odds ratio 0,232, p=0,044).

Conclusões: A IVT do fluxo da IA apresentou associação inversa com a gravidade da IA, independentemente do diâmetro e volume do ventrículo esquerdo, frequência cardíaca, PAD e FEVE. A IVT pode ser um marcador de gravidade da IA em pacientes com IA nativa e ritmo sinusal. (Arq Bras Cardiol. 2020; 115(2):253-260)

Palavras-chave: Insuficiência Cardíaca; Insuficiência da Valva Aórtica/diagnóstico por imagem; Ecocardiografia; Doppler/métodos.