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Volume 31, Nº 4, Julho e Agosto 2018

   

DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/2359-4802.20180030

ARTIGO ORIGINAL

Ponto Ótimo Cardiorrespiratório em Futebolistas Profissionais: Uma Nova Variável Submáxima do Exercício

Christina Grüne de Souza e Silva

Claudia Lucia Barros de Castro

João Felipe Franca

Altamiro Bottino

Jonathan Myers

Claudio Gil Soares de Araújo

Dra. Christina Grüne de Souza e Silva









Resumo

Fundamentos: O consumo máximo de oxigênio (VO2max) e o limiar anaeróbico (LA) obtidos no teste cardiopulmonar de exercício (TCPE) são utilizados na avaliação de atletas. Todavia, dificuldades na identificação e mensuração dessas variáveis dificultam sua utilização prática. O ponto ótimo cardiorrespiratório (POC) é uma variável submáxima do TCPE de mensuração objetiva e com significado clínico prognóstico. Contudo, é desconhecido o seu comportamento em atletas.

Objetivo: Descrever o comportamento do POC em jogadores profissionais de futebol e sua associação com VO2max e LA.

Materiais e Método: Análise retrospectiva de 198 futebolistas submetidos a TCPE máximo em esteira rolante com protocolo em rampa, divididos pela posição em campo: goleiro, zagueiro, lateral, meio-campo e atacante. Foram determinados VO2max, LA e POC. O POC correspondeu ao menor valor de ventilação/consumo de oxigênio em um dado minuto do TCPE. Variáveis contínuas foram comparadas pelo teste t de Student não emparelhado ou ANOVA, ou teste de Mann-Whitney ou de Kruskal-Wallis dependendo na distribuição das mesmas, e variáveis categóricas foram comparadas pelo teste do qui-quadrado. A correlação de Pearson foi utilizada para testar a associação entre POC e outras variáveis ventilatórias. Adotou-se um nível de 5% para significância estatística.

Resultados: O POC (média ± desvio-padrão) foi de 18,2 ± 2,1 a uma velocidade 4,3 ± 1,4 km.h-1 menor do que a do LA. Enquanto o VO2max (62,1 ± 6,2 mL.kg-1.min-1) tendeu a ser menor nos goleiros (p < 0,05), o POC não variou conforme a posição em campo (p = 0,41). Não houve associação significativa entre POC e VO2max (r = 0,032, p = 0,65) nem com LA (r = -0,003, p = 0,96).

Conclusão: O POC pode ser facilmente determinado em exercício submáximo realizado com velocidades incrementais em futebolistas e não varia pela posição em campo. A ausência de associação com VO2max e LA indica que o POC traz uma informação distinta e complementar a essas variáveis. Estudos futuros são necessários para determinar implicações práticas do POC na avaliação de atletas. (Int J Cardiovasc Sci. 2018;31(4)323-332)

Palavras-chave: Exercício, Futebol / tendências, Espirometria / métodos, Broncospirometria / métodos, Desempenho Atlético.