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Volume 31, Nº 4, Julho e Agosto 2018

   

DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/2359-4802.20180037

ARTIGO ORIGINAL

Métodos de Rastreamento da Depressão em Pacientes Ambulatoriais com Insuficiência Cardíaca

Thaís de Rezende Bessa Guerra

Isabella Cristina Diniz Venancio

Daniel Mählmann de Moura Pinheiro

Mauro Vitor Mendlowicz

Ana Carla Dantas Cavalcanti

Evandro Tinoco Mesquita





Resumo

Fundamentos: A depressão é uma condição clínica sindrômica subdiagnosticada em pacientes com insuficiência cardíaca. Uma variedade de instrumentos é atualmente aplicada no rastreamento da depressão.

Objetivo: Determinar a prevalência da depressão e a concordância entre os métodos de rastreamento para depressão em pacientes com insuficiência cardíaca.

Métodos: Estudo transversal realizado entre março de 2015 e janeiro de 2017 com 76 pacientes ambulatoriais acompanhados em uma clínica especializada de insuficiência cardíaca. A depressão foi rastreada pela Escala de Avaliação de Depressão de Hamilton (HAM-D), pelo Inventário de Depressão de Beck-II (BDI-II) e pelo Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9). A concordância entre os três instrumentos foi analisada pelo coeficiente kappa de Fleiss (kF), coeficiente alfa de Krippendorff (Ck) e coeficiente alfa de Cronbach. Foram calculadas a acurácia, sensibilidade, especificidade e as taxas de resultados falso-positivos e falso-negativos dos instrumentos HAM-D e PHQ-9, considerando o instrumento BDI-II como padrão-ouro no diagnóstico da depressão.

Resultados: As prevalências de depressão foram de 72,4% (n = 55) pela escala HAM-D, 67,1% (n = 51) pela escala BDI-II e 40,8% (n = 31) pelo PHQ-9. A prevalência de depressão pelos três instrumentos simultaneamente foi de 28,9% (n = 22) e a concordância diagnóstica entre os três instrumentos (sobre a presença ou ausência de depressão) foi de 47,4% (n = 36). A análise revelou uma concordância superficial (kF = Ck = 0,27) e consistência moderada (↓C = 0,602, significativamente não nulo, p = 0,000). As variáveis sociodemográficas e clínicas não constituíram fatores de riscos para a depressão na amostra avaliada.

Conclusão: Os métodos de rastreamento analisados apresentaram concordância e foram úteis na detecção da depressão entre pacientes ambulatoriais com insuficiência cardíaca. (Int J Cardiovasc Sci. 2018;31(4)414-421)

Palavras-chave: Insuficiência Cardíaca, Depressão/diagnóstico, Depressão/prevalência, Registros Médicos, Inquéritos e Questionários, Estudos Transversais.