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Volume 31, Nº 4, Julho e Agosto 2018

   

DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/2359-4802.20180035

ARTIGO ORIGINAL

Fila de Espera para Tratamento de Pacientes com Cardiopatia Congênita: Retrato de um Centro de Referência Amazônico

Valeria Santos de Jesus

Aline Marques Nascimento

Rogério dos Anjos Miranda, Joel Silva Lima

Milene de Andrade Gouvea Tyll

Adriana de Oliveira Lameira Veríssimo



Figura 1 - Distribuição dos pacientes em espera para cirurgia cardíaca infantil eletiva segundo local de residência em mesorregiões.





Resumo

Fundamentos: As cardiopatias congênitas são importantes causas de morbimortalidade infantil e, em cerca de 50% dos casos, é necessária a intervenção cirúrgica no primeiro ano de vida. Estima-se alto défice de procedimentos na Região Norte do Brasil.

Objetivo: Analisar o tempo de espera para realização de tratamento eletivo cirúrgico e/ou intervencionista de crianças portadoras de cardiopatias congênitas em um centro de referência cardiológico, e fazer considerações sobre as cardiopatias e suas formas de tratamento na referida instituição.

Método: Estudo analítico, de caráter transversal do período de janeiro de 2012 a outubro de 2014, de pacientes com idade igual ou inferior a 14 anos diagnosticados com cardiopatias congênitas que estavam na fila de tratamento cardíaco eletivo cirúrgico ou percutâneo.

Resultados: Das 407 crianças que aguardavam por tratamento, a faixa etária mais prevalente foi a de > 2 a 6 anos (34,0%). O tempo médio de espera, em meses, foi 23,1 ± 18,3, com mediana de 19. As cardiopatias mais frequentes foram comunicação interventricular (28,98%), persistência do canal arterial (18,42%) e comunicação interatrial (11,05%). A maioria das crianças (63,4%) não pertencia à região metropolitana. As intervenções percutâneas representaram somente 27,84% do total de cateterismos e 14,85% de todos os tratamentos cardíacos. Cerca de 60% do volume de cirurgias pediátricas ocorreu em crianças sem cadastro prévio no sistema, devido ao caráter de urgência.

Conclusão: Grande parte das crianças que aguardam por procedimento cardíaco é procedente de fora da região metropolitana e tem malformações potencialmente tratáveis por cateterismo. É necessário aumentar a capacidade operacional do único centro de referência público do Estado, além de descentralizar o atendimento em alta complexidade cardiológica da região metropolitana. (Int J Cardiovasc Sci. 2018;31(4)374-382)

Palavras-chave: Cardiopatias Congênitas / terapia, Listas de Espera, Cardiopatias Congênitas / cirurgia, Epidemiologia.