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Volume 31, Nº 3, Maio e Junho 2018

   

DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/2359-4802.20180012

ARTIGO ORIGINAL

Remodelagem Cardíaca Adicional Induzida pelo Treinamento Militar Intenso em Atletas de Nível Competitivo

Paulo Dinis

Hélder Dores

Rogério Teixeira

Luís Moreno

Joselito Mónico

Marie Bergman

Hanna Lekedal

Maria Carmo Cachulo

Joaquim Cardoso

Lino Gonçalves

Dr. Paulo Dinis









Resumo

Fundamento: A remodelagem cardíaca depende da intensidade, da duração e do método de treinamento.

Objetivo: Avaliar se o treinamento realizado em uma tropa especial portuguesa incrementa a remodelagem cardíaca em uma amostra de jovens que previamente praticavam esporte de competição.

Métodos: Estudo prospectivo que incluiu 76 militares candidatos a tropas especiais, 45 dos quais praticavam previamente exercício físico de nível competitivo (> 10 horas por semana). Destes militares atletas, apenas 17 concluíram com sucesso o curso. A avaliação foi realizada com 6 meses de intervalo e incluiu história clínica completa, exame físico, sinais vitais, dados antropométricos e avaliação ecocardiográfica. Considerou-se significância estatística quando p < 0,05, com intervalo de confiança de 95%.

Resultados: No final do curso, verificaram-se diminuição da porcentagem de massa gorda (19,1 ± 3,3% vs. 13,1 ± 3,5%; p < 0,01), aumento da porcentagem de massa muscular (41,3 ± 2,1% vs. 44,4 ± 1,8%; p < 0,01), e diminuição da pressão arterial sistólica, diastólica e frequência cardíaca. Em relação à remodelagem cardíaca, verificaram-se aumento do diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo (49,7 ± 3,2 mm vs. 52,8 ± 3,4 mm; p < 0,01), aumento tendencial do volume do átrio esquerdo (27,3 ± 4,5 mL/m2 vs. 28,2 ± 4,1 mL/m2; p = 0,07) e aumento da massa do ventrículo esquerdo (93,1 ± 7,7 g/m2 vs. 100,2 ± 11,4 g/m2; p < 0,01). As variáveis funcionais também sofreram alterações, com aumento do S’ (15 (13-16) cm/s vs. 17 (16-18) cm/s; p < 0,01) e diminuição da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (60 ± 6% vs. 54 ± 6%; p < 0,01).

Conclusão: O treinamento físico militar intenso provocou remodelagem cardíaca adicional em atletas de nível competitivo, tanto estrutural como funcional. (Int J Cardiovasc Sci. 2018;31(3)209-217)

Palavras-chave: Remodelamento Atrial, Exercício, Atletas, Militares.