Português | Inglês





Pressione Enter para iniciar a Busca.





Volume 31, Nº 2, Março/Abril 2018

   

DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/2359-4802.20180013

ARTIGO ORIGINAL

Preditores da Doença Arterial Coronariana Obstrutiva em Edema Agudo de Pulmão de Origem não Definida

Maria das Neves Dantas da Silveira Barros

Vander Weyden Batista de Sousa

Isabelle Adjanine Borges de Lima

Cecília Raquel Bezerra Marinho Nóbrega

Isabelle Conceição Albuquerque Machado Moreira

Suzana Marine Martins Dourado

Bruna Maria Simões Andrade

Virgínia da Silva Batista

Maria Cleide Freire Clementino da Silva

Luís Cláudio Correia





Resumo

Fundamento: O Edema Agudo de Pulmão cardiogênico é considerado uma das maiores emergências médicas, é a manifestação extrema da insuficiência cardíaca aguda. A principal etiologia da insuficiência cardíaca é a cardiopatia isquêmica. Até o momento, a definição da etiologia isquêmica no edema agudo de pulmão foi baseada em critérios como: história clínica de doença cardíaca isquêmica, exames não invasivos e, em outros pacientes, na cinecoronariografia. Desta forma classificada, a doença isquêmica do coração demonstrou ser sua principal etiologia. A alta prevalência entre estas duas doenças foi avaliada, mas não pelo critério angiográfico exclusivo, o padrão-ouro desta patologia, a razão deste estudo.

Objetivo: Avaliar os preditores da doença arterial coronária obstrutiva nos portadores de Edema Agudo de Pulmão de origem claramente não definida.

Método: Pacientes admitidos em um pronto-socorro de referência no tratamento das doenças cardiovasculares foram recrutados a realizar a coronariografia se a etiologia do edema agudo de pulmão não era devidamente esclarecida. A doença coronária obstrutiva foi considerada se ao menos um vaso epicádico tivesse oclusão = 70%.

Resultados: A doença coronária obstrutiva foi classificada pela cinecoronariografia em 149 pacientes consecutivamente avaliados, a obstrução da artéria coronária foi a variável desfecho do modelo preditor. Dentre as variáveis relacionadas a doença coronária, as variáveis preditoras foram a história de doença da artéria coronária (p < 0,001) e o déficit segmentar do miocárdio ao ecocardiograma (p < 0,02).

Conclusão: O antecedente de doença coronariana e o déficit segmentar do miocárdio ao ecocardiograma foram capazes de discriminar pacientes com edema agudo de pulmão associado a doença coronária obstrutiva. Valores da troponina classificados por dois cardiologistas como secundário a um infarto agudo do miocárdio sem elevação do segmento ST a e a dor torácica antecedendo o quadro não foram capazes de discriminar doentes com ou sem obstrução coronária, logo, o diagnóstico de doença coronária obstrutiva não deve ser perseguido baseado no valor da troponina e ou dor torácica antecedendo o quadro. (Int J Cardiovasc Sci. 2018;31(2)133-142)

Palavras-chave: Insuficiência Cardíaca, Edema Pulmonar, Doença da Artéria Coronariana, Fatores de Risco, Isquemia Miocárdica.