Volume 31, Nº 2, Março/Abril 2018
DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/2359-4802.20170098
ARTIGO ORIGINAL
Impacto dos Fatores de Risco para Doença Arterial Coronariana nos Gastos Hospitalares dos Pacientes Submetidos à Cirurgia de Revascularização do Miocárdio no SUS
João Luis Barbosa
Clarissa Antunes Thiers
Carlos Felipe dos Santos Cunha
Juliana Moutella
Bernardo Rangel Tura
Giulia Principe Orsi
Karen Feldman
Nathália Rodrigues da Silva
Luiz Felipe Faria
Figura 1 – Frequência dos fatores de risco cardiovascular.
Resumo
Fundamentos: As doenças cardiovasculares representam uma importante causa de mortalidade e morbidade. A cirurgia de revascularização do miocárdio pode ser indicada para o alívio dos sintomas e para diminuir a mortalidade. Entretanto, a cirurgia é um procedimento de custo elevado e não está estabelecido o impacto do número de fatores de risco cardiovasculares nos gastos do procedimento.
Objetivos: Identificar o impacto dos fatores de risco para a doença arterial coronariana nos gastos com a cirurgia de revascularização do miocárdio.
Métodos: Foram selecionados 239 pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio isolada no Instituto Nacional de Cardiologia no período entre 01 de Janeiro a 31 de Dezembro de 2013. Foram incluídos pacientes com idade superior a 30 anos e indicação de revascularização cirúrgica do miocárdio. Foram excluídos os pacientes submetidos a procedimentos combinados.
Resultados: Sete pacientes apresentaram apenas 1 fator de risco, 32 pacientes apresentaram 2 fatores de risco, 75 pacientes apresentaram 3 fatores de risco, 78 pacientes apresentaram 4 fatores de risco, 36 pacientes apresentaram 5 fatores de risco e 11 pacientes apresentaram 6 fatores de risco. O total dos gastos, em média, foi de R$ 14 143,22 no grupo com 1 fator de risco, R$ 18 380,40 no grupo com 2 fatores de risco, R$ 21 229,51 no grupo com 3 fatores de risco, R$ 24 620,86 no grupo com 4 fatores de risco, R$ 21 337,92 no grupo com 5 fatores de risco e R$ 36 098,35 no grupo com 6 fatores de risco (p = 0,441).
Conclusão: Este trabalho demonstra que, em uma unidade pública de referência para a realização de procedimentos cardiológicos de alta complexidade, não houve uma correlação significativa entre o número de fatores de risco cardiovascular e os custos da internação. (Int J Cardiovasc Sci. 2018;31(2)90-96)
Palavras-chave: Doença da Artéria Coronariana, Revascularização Miocárdica / economia, Fatores de Risco, Custos Hospitalares, Sistema Único de Saúde.