Volume 31, Nº 2, Março/Abril 2018
DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/2359-4802.20180003
ARTIGO ORIGINAL
Evolução da Mortalidade por Doenças do Aparelho Circulatório e do Produto Interno Bruto per Capita nos Municípios do Estado do Rio de Janeiro
Gabriel Porto Soares
Carlos Henrique Klein
Nelson Albuquerque de Souza e Silva
Glaucia Maria Moraes de Oliveira
Figura 1 – Evolução do PIB per capita decenal nos municípios do Rio de Janeiro de 1950 a 2009.
Resumo
Fundamentos: As doenças do aparelho circulatório são a primeira causa de morte no Brasil e no mundo, apresentando progressiva queda durante o século XX, precedida por elevação no Produto Interno Bruto.
Objetivo: Correlacionar taxas de mortalidade compensadas e ajustadas por doenças do aparelho circulatório nos Municípios do Estado do Rio de Janeiro (ERJ) entre 1979 e 2010, com o Produto Interno Bruto per capita (PIBpc) a partir de 1950.
Métodos: Populações e óbitos obtidos no DATASUS/MS. Calcularam-se taxas de mortalidade por Doenças Isquêmicas do Coração (DIC), Doenças Cerebrovasculares (DCBV), e Doenças do Aparelho Circulatório (DAC), e compensadas por causas mal definidas e ajustadas pelo método direto. Dados de PIBpc foram obtidos no Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA). As taxas de mortalidade e o indicador socioeconômico foram correlacionados, pela estimação de coeficientes lineares de Pearson, para determinar a defasagem anual otimizada. Foram estimados os coeficientes de inclinação da regressão entre a dependente doença e a independente indicador socioeconômico.
Resultados: Nas últimas décadas houve redução da mortalidade por DAC em todos os municípios do ERJ, esta ocorreu principalmente por queda da mortalidade por DCBV. A queda da mortalidade por doenças do aparelho circulatório foi precedida por elevação do PIBpc, com forte correlação entre o indicador e as taxas de mortalidade.
Conclusão: A variação evolutiva do PIBpc demonstrou elevada correlação com a redução da mortalidade por DAC. Essas relações sinalizam a importância na melhoria das condições de vida da população para reduzir a mortalidade cardiovascular. (Int J Cardiovasc Sci. 2018;31(2)123-132)
Palavras-chave: Acidente Vascular Cerebral / complicações, Mortalidade, Fatores de Risco, Produto Interno Bruto.