ABC | Volume 114, Nº4, Abril 2020

Artigo Original O Polimorfismo Genético do Receptor Beta-Adrenérgico Tipo 1 Ser49Gly é Preditor de Morte em Pacientes Brasileiros com Insuficiência Cardíaca Ser49Gly Beta1-Adrenergic Receptor Genetic Polymorphism as a Death Predictor in Brazilian Patients with Heart Failure Felipe Neves de Albuquerque, 1, 2 Andrea Araujo Brandão, 1 Dayse Aparecida Silva , 3 R icardo Mourilhe Rocha, 1 Marcelo Imbroinise Bittencourt, 1 Ana Luiza Ferreira Sales , 1 Pedro Pimenta de Mello Spineti, 1 Gustavo Salgado Duque, 1 Lucas Rangel de Souza Azevedo , 1 Roberto Pozzan, 1 Bernardo Rangel Tura, 4 Denilson Campos de Albuquerque, 1 Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 1 Rio de Janeiro, RJ – Brasil Hospital Samaritano, 2 Rio de Janeiro, RJ – Brasil Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Instituto de Biologia, 3 Rio de Janeiro, RJ – Brasil Instituto Nacional de Cardiologia – Arritmia, 4 Rio de Janeiro, RJ – Brasil Correspondência: Felipe Neves de Albuquerque • Universidade do Estado do Rio de Janeiro – Cardiologia - Boulevard 28 de Setembro, 77, 2º andar. CEP 20550-900, Rio de Janeiro, RJ – Brasil E-mail: felipenalbuquerque@gmail.com , felipe.albuquerque@uerj.br Artigo recebido em 20/03/2019, revisado em 04/06/2019, aceito em 05/06/2019 DOI: https://doi.org/10.36660/abc.20190187 Resumo Fundamento: O papel do polimorfismo genético do receptor beta1-adrenérgico Ser49Gly (PG-R β 1-Ser49Gly) como preditor de eventos na insuficiência cardíaca (IC) não está definido para a população brasileira. Objetivos: Avaliar a relação entre PG-R β 1-Ser49Gly e desfechos clínicos em indivíduos com IC com fração de ejeção reduzida. Métodos: Analise secundaria de prontuarios de 178 pacientes e identificação das variantes do PG-R β 1-Ser49Gly, classificadas como Ser-Ser, Ser-Gly e Gly-Gly. Avaliar sua relação com evolução clínica. Foi adotado nivel de significancia de 5%. Resultados: As médias da coorte foram: seguimento clínico, 6,7 anos; idade, 64,4 anos; 63,5% de homens e 55,1% brancos. A etiologia da IC foi predominantemente isquêmica (31,5%), idiopática (23,6%) e hipertensiva (15,7%). O perfil genético teve a seguinte distribuição: 122 Ser-Ser (68,5%), 52 Ser-Gly (28,7%), e 5 Gly-Gly (2,8%). Houve relação significativa entre esses genótipos e a classe funcional da New York Heart Association (NYHA) ao final do acompanhamento (p = 0,014) com o Gly-Gly associado a NYHA menos avançada. Com relação aos desfechos clínicos, houve associação significativa (p = 0,026) entre mortalidade e PG-R β 1-Ser49Gly: o número de óbitos em pacientes com Ser-Gly (12) ou Gly-Gly (1) foi menor que com Ser-Ser (54). O alelo Gly teve um efeito protetor independente mantido após análise multivariada e foi associado à redução na chance de óbito de 63% (p = 0,03; odds ratio 0,37 – IC 0,15 a 0,91). Conclusão: A presença do PG-R β 1 Gly-Gly associou-se a melhor evolução clínica avaliada pela classe funcional da NYHA e foi preditor de menor risco de mortalidade, independentemente de outros fatores, em seguimento de 6,7 anos. (Arq Bras Cardiol. 2020; 114(4):616-624) Palavras-chave: Insuficiência Cardíaca/mortalidade; Epidemiologia; Polimorfismo Genético; Receptores Adrenérgicos beta; Doenças Cardiovasculares; Hospitalização; Epinefrina/uso terapêutico; Cardiotoxicidade. 616

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