O Significado Simbólico do Coração e o Lado Humano da Medicina

 

 

Estes símbolos permanecem até hoje. Em muitas casas costuma-se ter na parede principal da sala de jantar, ao lado da Santa Ceia, as imagens do Sagrado Coração de Jesus e do Sagrado Coração de Maria.

 

 

Fato interessante, muito significativo do ponto de vista do simbolismo do coração, é o ex-voto, datado de 1770, que se encontra na igreja de Lichtental, na Alemanha. Pode-se ver nele não apenas a forma simbólica, mas o coração anatômico com a aorta pulmonar e a árvore coronária perfeitamente representadas.

 

Se incursionarmos em outras civilizações, vamos ver que a tradição do sacrifício do coração era comum nos rituais religiosos entre os habitantes do México e da América Central. 

Para que o Deus Quetzolcoatl — o Deus Sol — pudesse vencer sua batalha diária contra a Lua e as 400 estrelas, sobrepujando a escuridão, tinha de ser alimentado continuamente com a comida mais sagrada: o coração e o sangue humano. A abertura do tórax com um golpe rápido e preciso com uma faca de pedra, para a retirada do coração ainda pulsando e banhado de sangue, era o ponto culminante do ritual que se repetia todas as vezes que abatiam fenômenos colocando os astecas em risco, tais como terremotos e tempestades.

A fusão do significado simbólico com os padecimentos provocados pelas doenças do coração era inevitável.

Alimentada por mitos, cultos religiosos, símbolos afetivos, incluindo o que temos de mais importante na vida — o amor, a fé, a própria sobrevivência — não há porque estranhar a estreita relação entre os distúrbios emocionais e as doenças cardíacas (Groddeck, 1969; Landy, 1977; Helman, 1981).

 

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