O Significado Simbólico do Coração e o Lado Humano da Medicina

As Origens do Símbolo do Amor

 

 

Esse símbolo que é até hoje representado por uma  seta trespassando um coração, surgiu na Índia há cerca de 6.000 anos. Lá encontramos a figura de um jovem lançando uma seta nos corações de Shiva (Deus Masculino) e de Shakti (Deusa do Amor). Este mesmo símbolo renasceu na Grécia 4.000 anos depois, com o nome de Cupido, que atravessou os séculos chegando até nós, caracterizando o coração como a "sede do amor". Nos troncos de árvores, nos cadernos juvenis, nos cartões postais continua presente o coração trespassado por uma seta, indicando que ainda o consideramos a sede do amor.

 

Se buscarmos a vertente religiosa, componente importante do inconsciente coletivo de todos os povos, vamos encontrar na Idade Média, entre os anos 1100 e 1250, o surgimento do culto ao coração de Jesus e de Maria, transferindo para este órgão o "local onde nasce e vive a fé em Deus".

 

Como se vê na figura nascida no ano 1100 e preservada no Mosteiro da Visitação em Turim, na Itália, a interpretação católica juntou ao coração, em sua forma simbólica, a coroa de espinhos que o circunda, as lanças que o trespassam, a cruz que emerge dele e as chamas da fé em Jesus Cristo. 

Na mesma linha, o coração de Maria, mãe de Cristo, começou a ser venerado, no século XVII, através de São José Eudes. Mas, em vez da coroa de espinhos, passou a circundar o coração de Maria uma coroa de rosas.

Na cultura cristã medieval a coroa de espinhos retrata o mito do herói sacrificado, lembrando a humilhação, o martírio e a crucificação, enquanto a coroa de rosas simboliza a pureza e a aceitação (Ramos, 1993).

 

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