ABC | Volume 114, Nº5, Maio 2020

Posicionamento Posicionamento da Sociedade Brasileira de Cardiologia para Gravidez e Planejamento Familiar na Mulher Portadora de Cardiopatia – 2020 Arq Bras Cardiol. 2020; 114(5):849-942 4.3.2.1 Síndrome HELLP (Hemólise, Elevação das Enzimas Hepáticas, Plaquetopenia) Trata-se da manifestação grave da pré-eclâmpsia e não deve ser considerada como entidade separada. 4.3.3. Hipertensão Crônica (Preexistente) com Pré- eclâmpsia Sobreposta Ocorre em 25% das gestantes hipertensas crônicas. O diagnóstico é feito quando uma gestante com hipertensão essencial crônica desenvolve alguma das disfunções orgânicas maternas compatíveis com pré-eclâmpsia. Como após a 20ª semana de gestação pode ocorrer o aumento habitual da pressão arterial, apenas elevações da pressão arterial não habilitam a considerar o diagnóstico de pré-eclâmpsia sobreposta, assim como a restrição do crescimento fetal pode fazer parte do quadro da hipertensão crônica. Em caso de doença renal com proteinúria de base, um aumento da proteinúria também não é parâmetro diagnóstico de pré-eclâmpsia sobreposta; entretanto, caso não haja proteinúria preexistente, seu aparecimento no contexto da elevação da pressão arterial é suficiente para o diagnóstico. 4.3.4. Hipertensão Gestacional É uma hipertensão “nova” que surge após a 20ª semana de gestação, na ausência de proteinúria, sem anormalidades bioquímicas ou hematológicas. Geralmente não é acompanhada por RCIU, e os desfechos geralmente são bons; porém, cerca de um quarto das mulheres com hipertensão gestacional (particularmente aquelas que se apresentam com menos de 34 semanas) evolui para pré‑eclâmpsia e apresenta desfechos desfavoráveis. Em geral se resolve dentro das 6 semanas pós-parto. 52 4.3.4.1. Pontos-chaves • Considerar hipertensão quando a medida de pressão arterial for PAS ≥ 140 mmHg e/ou PAD ≥ 90 mmHg; • Definir como hipertensão grave quando PAS≥160mmhg e PAD ≥ 110 mmHg. Estes níveis estão associados com aumento de risco de AVC em gestantes; • Hipertensão arterial crônica, pré-existente (essencial ou secundária) deve ter um controle rigoroso da pressão arterial materna (PAS = 110 a 140 mmhg e PAD = 85 mmHg), monitorização do crescimento fetal e avaliaçao repetida na presunção de ocorrência da pré-eclâmpsia e outras complicações; • Pré-eclâmpsia/eclâmpsia - síndrome hipertensiva complexa, pode deteriorar rapidamente e semprenuncio. Não é recomendado classificar a pré-eclâmpsia como "leve" ou "grave”; • A existência de proteinúria não é essencial para o diagnóstico e pode ocorrer pela primeira vez no período intra-parto ou no pós-parto imediato. 4.4. Tratamento da Síndrome Hipertensiva Gestacional 4.4.1. Tratamento Não Farmacológico 269 Considerandogestantes os níveis tensionais –PAS≥140mmHg ou PAD ≥ 90 mmHg, as recomendações são: Figura 8 – Classificação das síndromes hipertensivas. HELLP: hemólise, elevação das enzimas hepáticas, plaquetopenia; PAD: pressão arterial diastólica; PAS: pressão arterial sistólica. PAS ≥ 140 mmHg e/ou PAD ≥ 90 mmHg < 20 semanas de gestação ≥ 20 semanas de gestação Hipertensão crônica, preexistente (de qualquer causa) Risco de desenvolver pré-eclâmpsia sobreposta Envolvimento de órgão-alvo (sintomas, anormalidades clínicas ou laboratoriais) Sem envolvimento de órgão Hipertensão gestacional Com envolvimento de órgão Pré-eclâmpsia (Considerar como situação de alerta) Síndrome HELLP Eclâmpsia 897

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