ABC | Volume 114, Nº1, Janeiro 2020

Posicionamento Posicionamento da Sociedade Brasileira de Cardiologia e da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista sobre Centro de Treinamento e Certificação Profissional em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista – 2020 Arq Bras Cardiol. 2020; 114(1):137-193 • Participação em discussões de casos clínicos relativos a procedimentos de TAVI, com carga horária mínima de 4 horas, em centros de treinamento credenciados pelas sociedades, atestados pelo coordenador do Centro. • Em procedimentos por via transfemoral, realização, como primeiro operador, sob a supervisão de especialista habilitado ( proctor ), de ummínimo de cinco procedimentos nos 2 últimos anos. • Proficiência e autonomia atestada pelo especialista supervisor habilitado pela SBCCV e pela SBHCI (a critério do supervisor, o treinamento poderá se estender para um maior número de casos realizados sob supervisão); • Contribuição para o Registro Brasileiro de Terapia Valvar por Cateter durante pelo menos os 25 primeiros procedimentos que realizar sem supervisão. Os candidatos ao Certificado de Habilitação em TAVI devem remeter os documentos comprobatórios do treinamento à Comissão de Certificação da SBHCI e da SBCCV, a fim de se verificar o atendimento dos requisitos anteriormente descritos. Os candidatos que realizaram o treinamento em TAVI no exterior podem ser certificados, desde que atendam aos requisitos aqui estabelecidos e apresentem a documentação comprobatória da conclusão do treinamento, com a assinatura do responsável técnico da instituição. 6.2.2.12.1. Conhecimentos Básicos • História natural e etiologia da estenose valvar aórtica. • Hemodinâmica das obstruções da via de saída do ventrículo esquerdo. • Interpretação e familiaridade com diferentes exames de imagem: ETT, ETE, TC, RM e angiografia. • Conhecimento das diretrizes vigentes para o tratamento da estenose valvar aórtica. • Opções terapêuticas. • Indicações para intervenção. 6.2.2.12.2. Habilidades do Cardiologista Intervencionista • Interpretação hemodinâmica das curvas de pressão. • Escolha do acesso. • Introdutores, fios e cateteres utilizados. • Projeções angiográficas para realização do procedimento. • Avaliação pré-procedimento da TC entre outros exames para o planejamento do procedimento. • Marca-passo no ventrículo direito durante intervenção ( rapid pacing ). • Cruzamento do orifício valvar aórtico com fios-guia diversos para posicionamento dentro do ventrículo esquerdo. • Realização de valvuloplastia aórtica por balão. • Reconhecimento e rápido manuseio das complicações (vasculares, oclusão coronária, AVC, tamponamento cardíaco, colapso hemodinâmico, CIV iatrogênica, perfurações cardíacas, arritmias/bloqueios atrioventriculares etc.). • Cuidados imediatos e de longo prazo pós-procedimento. 6.2.2.13. Reparo Transcateter Valvar Mitral A insuficiência valvar mitral, uma das doenças valvares adquiridas mais comuns, acomete frequentemente os idosos, os quais apresentam muitas comorbidades e que, por vezes, não podem ser tratados de forma convencional pela cirurgia valvar mitral em virtude do alto risco operatório de morte e de complicações. 42,43 O RTVM é uma opção viável ao tratamento da insuficiência mitral moderada ou grave, de pacientes sintomáticos e de alto risco cirúrgico ou inoperáveis, de etiologia degenerativa e funcional, como alternativa ao tratamento cirúrgico convencional ou ao tratamento clínico isolado. 53-59 O cardiologista intervencionista que realiza esse procedimento deve ter treinamento específico em cateterismo cardiovascular, requerido durante a qualificação profissional, bem como experiência em procedimentos diagnósticos em doenças valvares, essenciais para a segurança e o sucesso. 53-59 Também é necessário o domínio da técnica de punção transeptal, bem como o conhecimento da relação anatômica com artéria pulmonar, seio coronário e aorta e outras estruturas cardíacas, pois, em alguns casos, podem ocorrer acidentes com a punção do septo interatrial. É necessário, igualmente, conhecimento específico das características gerais dos dispositivos médicos implantáveis empregados na técnica e sua adequada indicação, assim como entendimento acerca do controle da anticoagulação e apropriado manejo de possíveis intercorrências, tais como tamponamento cardíaco, perfuração cardíaca ou vascular, embolização do clipe, formação de trombo, endocardite infecciosa, arritmias cardíacas, além de outras complicações. É recomendado que o RTVM envolva um programa multidisciplinar, que inclua a contribuição de cardiologista clínico, ecocardiografista, radiologista e cirurgião cardíaco. Para a capacitação do médico nessa terapia do clipe de mitral, requer-se amplo conhecimento da anatomia cardíaca normal e das câmaras direita e esquerda e, sobretudo, o entendimento das anomalias anatômicas, sua repercussão funcional e o correspondente valor relativo da opção terapêutica. A duração da curva de aprendizado varia significativamente de acordo com o grau de familiaridade do operador com procedimentos de cardiopatia congênita e/ou estrutural, e com a frequência com que o procedimento é realizado. Embora não haja consenso na literatura a respeito de um número mínimo de casos requeridos para se completar essa curva de aprendizado, no contexto da realidade nacional, e considerando a complexidade da intervenção, permite-se estimar que um operador iniciante alcance a proficiência e a segurança necessárias para o RTVM após a realização de cerca de 10 casos. 6.2.2.13.1. Conhecimentos Básicos • História natural e etiologia da insuficiência valvar mitral. • Hemodinâmica da insuficiência mitral. • Interpretação e familiaridade com diferentes exames de imagem: ETT, ETE, TC, RM e angiografia. • Conhecimento das diretrizes brasileira vigentes para o tratamento da insuficiência valvar mitral. 154

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=