IJCS | Volume 31, Nº4, Julho / Agosto 2018

378 Tabela 2 - Tipo de cardiopatia congênita dos pacientes cadastrados para procedimento eletivo Cardiopatias n (%) Comunicação interventricular 110 (27,02) Persistência do canal arterial 75 (18,42) Comunicação interatrial 41 (10,07) Tetratlogia de Fallot 35 (8,59) Estenose pulmonar congênita 24 (5,89) Coarctação da aorta 15 (3,68) Atresia pulmonar 12 (2,94) Comunicação interventricular + associações* 8 (1,96) Estenose aórtica congênita 8 (1,96) Comunicação atrioventricular 7 (1,71) Dupla via de saída do ventrículo direito 5 (1,22) Estenose congênita tricúspide 5 (1,22) Insuficiência mitral congênita 5 (1,22) Síndrome do coração direito hipoplásico 4 (0,98) Tronco arterial comum 3 (0,73) Ventrículo com dupla via de entrada 3 (0,73) Comunicação interatrial + estenose pulmonar 3 (0,73) Estenose subaórtica congênita 2 (0,49 Cor triatriatum 1 (0,24) Anomalia de Ebstein 1 (0,24) Síndrome do coração esquerdo hipoplásico 1 (0,24) Drenagem anômala de veias pulmonares 1 (0,24) Aneurisma cardíaco 1 (0,24) Comunicação atrioventricular discordante 1 (0,24) Comunicação ventrículo-atrial discordante 1 (0,24) Dupla via de saída do ventrículo esquerdo 1 (0,24) Insuficiência aórtica 1 (0,24) Dupla lesão de valva mitral 1 (0,24) Insuficiência pulmonar congênita 1 (0,24) Outros † 34 (8,35) * Persistência do canal arterial, comunicação interatrial, estenose pulmonar e coarctação de aorta; † outras malformações congênitas da valva tricúspide, outras malformações congênitas das câmaras e das comunicações cardíacas, malformações congênitas dos septos cardíacos, malformação congênita não específica da valva tricúspide, malformações dos vasos coronários, hipertensão pulmonar primária e secundária, e não registrados. Jesus et al. A espera para tratamento cirúrgico de cardiopatas Int J Cardiovasc Sci. 2018;31(4)374-382 Artigo Original casuística do presente estudo referiu-se aos pacientes que aguardavam por procedimentos eletivos, isto pode refletir as diferenças no tempo de encaminhamento desses pacientes e a demora durante a permanência na fila de espera. Em relação ao tipo de cardiopatia congênita, o mais frequente foi CIV, seguido de PCA e CIA. Estes resultados são convergentes com os encontrados no estudo de Aragão et al., 12 que demonstrou a seguinte frequência: CIV (21%), PCA (18%), tetralogia de Fallot (14%) e CIA (7,7%). Já Huber et al., 13 apresentaram o seguinte: CIV com ou sem associações (13,9%), tetralogia de Fallot (12,9%), lesões obstrutivas da via de saída do ventrículo direito (9,8%) e CIA isolada (9,6%). Pode-se dizer que a instituição estudada tinha características semelhantes às de outras regiões do Brasil. Aorigemmais frequente das crianças que compunham a fila de espera para procedimento cardiológico foi a Mesorregião Metropolitana de Belém, resultado concordante com os de hospital de referência na Região Nordeste do país, em que a maioria das crianças era proveniente da região metropolitana do Estado. 12 No entanto, 63,4%das crianças nãopertenciamàRegião Metropolitana de Belém; assim, umponto a ser discutido é a necessidade de habilitação de novas unidades de referência em alta complexidade cardiovascular no Estado do Pará. Para a distribuição geográfica dos Serviços de Assistência de Alta Complexidade em Cirurgia Cardiovascular Pediátrica, de acordo com a Portaria 210, 14 que toma como base a proporção de 1:800 mil habitantes, o Estado do Pará necessita de nove centros com capacidade para realizar cirurgia cardiovascular pediátrica, poréma regionalização dos serviços ainda não se concretizou, gerando défice de 78,49%. 15 Essa realidade pode ser explicada por diversas causas, como falta de profissionais qualificados e de instituições hospitalares com infraestrutura, para que sejam realizados os complexos procedimentos demandados. Em nossa realidade, há ainda a hipótese de que o baixo índice de pacientes procedentes das regiões do Baixo Amazonas, Marajó e Sudoeste Paraense seja devido às dificuldades de acesso ao atendimento básico para essa população, gerando, por conseguinte, subdiagnósticos de cardiopatias congênitas e, portanto, menor referenciamento ao centro estudado. Um serviço de alta complexidade requer atenção multiprofissional, com cirurgiões cardíacos, hemodinamicistas, cardiologistas pediátricos,

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