IJCS | Volume 31, Nº4, Julho / Agosto 2018

341 Oliveira et al RegistroVICTIM Int J Cardiovasc Sci. 2018;31(4)339-358 Artigo Original acesso às terapias de reperfusão miocárdica ocorridas no percurso e após a chegada a tais instituições; 5) se as práticas assistenciais dos serviços públicos e privados estão alinhadas aos indicadoresmétricos que representam qualidade assistencial hospitalar para o manuseio do IAMCSST; 6) as taxas de eventos cardiovasculares intra- hospitalares e até 30 dias do evento índice. Ademais, o Registro VICTIM tem os seguintes objetivos gerais: 7) colaborar comas instituições participantes no processo de melhoria na qualidade da linha de cuidado do IAMCSST; 8) identificar oportunidades de melhoria da qualidade assistencial referente ao IAMCSST em todo o estado de Sergipe; 9) disseminar o conhecimento em nível local e nacional; 10) servir de plataforma de pesquisa para estudos mais amplos, multicêntricos e nacionais; 11) influenciar nas políticas públicas referentes ao atendimento do IAMCSST em nível estadual e nacional, além de em países com características socioeconômicas semelhantes. No presente artigo, descrevemos o delineamento metodológico e discutimos as potenciais implicações do Registro VICTIM. Domínios analisados Para o delineamento de Registro VICTIM serão levados em consideração os domínios listados a seguir e descritos na Figura 1. A. Epidemiologia do IAMCSST emhospitais referência B. Qualidade assistencial pré-hospitalar C. Qualidade assistencial no centro de referência D. Desfechos clínicos E. Qualidade assistencial pós-alta Histórico do projeto Os pilotos para o Registro VICTIM foram iniciados de maio de 2013 até novembro de 2014 com intuito de treinar a equipe de coleta e criar cultura, em cada uma das instituições, da necessidade de estudos sobre a qualidade assistencial dos pacientes com IAMCSST. Nessa oportunidade foram admitidos no estudo 319 pacientes, sendo 274 atendidos pelo serviço público e 45 pelo serviço privado. Nessa fase, foram definidas as variáveis a serem coletadas, refinamento do instrumento de coleta (Apêndice A), e ajuste da logística de coleta de dados quanto ao número de pesquisadores em campo, alocação desses nas instituições e treinamento das equipes de campo. Em dezembro de 2014 iniciou-se, em definitivo, a coleta de dados para alimentar o Registro VICTIM, fase em execução para maior representatividade da amostra. Para participar do estudo na função de pesquisador de campo, o treinamento consistia emassistir a apresentação formal sobre os objetivos da pesquisa e sobre a metodologia de coleta de dados, mediante instrumento apropriado. Em etapa posterior, cada investigador era submetido a treinamento tutelado e supervisionado pelo coordenador no hospital ao qual seria alocado para reconhecimento do local da pesquisa e das suas rotinas de funcionamento, além de ser capacitado para coleta de dados. Findas essas etapas fundamentais, o pesquisador ficava habilitado a assumir as suas tarefas específicas. Sempre que necessário, integrantes da equipe eram submetidos a treinamentos de reciclagem visando ao refinamento da técnica de coleta. Desde o início da fase pós piloto, tem sido constante a preocupação dos coordenadores com o zelo na coleta de dados. Métodos Rede hospitalar de Sergipe incluída no Registro VICTIM Sergipe constitui o menor estado da federação, ocupando uma área de 21.918,454 km², composto por 75 municípios, tendo Aracaju como capital e sede da Região Metropolitana, que inclui ainda os municípios de Barra dos Coqueiros, Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão. 17 No eixo hospitalar, o Estado possui um total de 34 Hospitais Gerais, sendo que desses 14 são públicos, 10 filantrópicos e 10 privados. 18 O Registro VICTIM retrata o atendimento de IAMCSST dos pacientes admitidos nos quatro únicos hospitais cardiovasculares de Sergipe que dispõem de serviço de cardiologia intervencionista. Todos estão localizados na capital Aracaju, sendo que apenas um realiza atendimento dos pacientes usuários do SUS (hospital 1), e três hospitais privados são destinados ao atendimento dos portadores de sistema de saúde suplementar (hospitais 2, 3 e 4) (Tabela 1). Todos possuem capacidade para realização de angioplastia primária, nos sete dias da semana, além de contarem com serviço de cirurgia cardíaca. O hospital que atende a rede pública é filantrópico, mas não possui serviço de emergência com porta aberta; para ter acesso, os usuários do SUS precisam ser atendidos e referenciados previamente por uma outra unidade de saúde.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=