IJCS | Volume 31, Nº4, Julho / Agosto 2018

458 Figura 1 - (A) Apical de quatro câmaras mostrando aumento biatrial, septo interatrial espessado, hipertrofia das paredes do ventrículo esquerdo, com textura hiperecoica do miocárdio. (B) Paraesternal eixo curto. Hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo. (C) Bulleyes . Imagem do strain sistólico global longitudinal (valor médio de (-)12%), com proeminente comprometimento basal e médio, e preservada função mecânica apical. (D) Strain apical de quatro câmaras mostrando que a relação entre o strain septal inferior apical para o strain septal basal inferior é superior ao valor de 3. (E) Cinessequência de precessão livre de estado estacionário mostrando espessamento difuso do miocárdio do ventrículo esquerdo. (F) Imagem do eixo longo pós-gadolínio demonstrando melhorias tardias difusas (setas) do átrio esquerdo, bem como aumento subendocárdico do ventrículo esquerdo, mais proeminente na parede anterior. (G) Imagem pós-gadolínio do eixo curto mostrando aprimoramento subendocárdico difuso (setas) do ventrículo esquerdo. (H) Imagem de quatro câmaras pós-gadolínio demonstrando aprimoramento tardio (setas) não apenas das câmaras esquerdas, mas também no átrio direito. Jorge et al Amiloidose cardíaca Int J Cardiovasc Sci. 2018;31(4)457-460 Relato de Caso histoquímica confirmou o diagnóstico de mieloma múltiplo. Biópsia de lesão de face e da gordura abdominal com histopatológico evidenciou depósitos amiloides (Figura 2). Concluiu-se pelo diagnóstico de amiloidose sistêmica e mielomamúltiplo associado com envolvimento cardíaco. Foi iniciada pulsoterapia comprednisona. A IC tornou-se refratária ao tratamento, e a paciente evoluiu a óbito 3 meses após o início do quadro. Discussão Amiloidose é uma doença rara e multissistêmica. Pacientes com amiloidose geralmente apresentam sintomas pouco específicos, o que dificulta o diagnóstico em sua fase inicial, conforme o caso aqui apresentado. O comprometimento cardíaco pela amiloidose pode levar a um quadro de IC como também ao envolvimento do sistema de condução, com baixa voltagem ao eletrocardiograma (ECG), o que aumenta a suspeita clínica. 4 Além da infiltração no miocárdio, pode-se encontrar infiltrados amiloides no sistema de condução, tecidos valvares, artérias coronarianas, grandes vasos e nervos autônomos ou periféricos, causando uma miríade de manifestações clínicas. 2 Há mais de 25 proteínas descritas como possíveis formadoras de amiloide, entretanto duas predominam no comprometimento cardiovascular: a transtirretina (TTR) e a de cadeias leves de imunoglobulina – cadeia leve amiloide ou AL. 2 A proteína TTR é sintetizada

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